Topo

Neymar fica sem gol, mas cresce de rendimento e faz seu melhor jogo na Copa

O técnico Tite passa orientações para Neymar durante o jogo entre Brasil e Sérvia - Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images
O técnico Tite passa orientações para Neymar durante o jogo entre Brasil e Sérvia Imagem: Stuart Franklin - FIFA/FIFA via Getty Images

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques e Ricardo Perrone

Do UOL, em Moscou (Rússia)

27/06/2018 16h52

Esqueça o Neymar “fominha” contra a Suíça. Deixe de lado também o jogador irritadiço diante da Costa Rica. O camisa 10 que entrou em campo para encarar a Sérvia nesta quarta-feira, em Moscou, foi líder e um dos melhores em campo, embora ainda tenha pecado nas finalizações. Neymar foi calmo, participativo e importante na vitória por 2 a 0, resultado que garantiu o Brasil na liderança do grupo E e classificado às oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia.

- Assista aos gols de Brasil 2 x 0 Sérvia
- Brasil pega o México às 11h de segunda; veja tabela das oitavas
- Marcelo se lesiona e deixa campo chorando no primeiro tempo
- Alemanha foi eliminada sob tensão e com jogadores se xingando

O destaque de Neymar na partida fica para a assistência em cobrança de escanteio no gol de Thiago Silva. Segundos antes, ele levantou os braços e chamou a torcida do Brasil para gritar no estádio. A tradicional “pilha” no jogo, discutindo com adversários ou com o árbitro, foi trocada por um contágio positivo junto aos torcedores. 

A atuação mostrou que Neymar teve o tão esperado controle emocional. Pendurado, não dirigiu ao árbitro nenhuma reclamação efusiva mesmo quando foi vítima da violência adversária. As ações de drible diante da marcação individual também muitas vezes eram evitadas com um simples toque para trás. Diferença nítida de postura em relação aos dois primeiros jogos.

O que também parece cada vez mais claro é Neymar como "só" mais uma peça do Brasil. No lance do gol de Paulinho, o camisa 10 aparece solto na ponta esquerda e em nada participa da jogada armada por Phillipe Coutinho. O que também não quer dizer que o time não precise do seu maior craque.

No ponto de vista da liderança, Neymar buscou palavras de incentivo aos companheiros a todo momento. Foi o primeiro a colar em Marcelo ao perceber a lesão: “Calma, calma”, disse ele, tentando entou passar tranquilidade ao lateral. Quando Gabriel Jesus sentiu dores no pé, também foi o único a se aproximar com palavras de apoio e o pedido para que voltasse logo a campo.

Já no aspecto técnico, Neymar ainda pode estar longe do brilhantismo, mas seu jogo coletivo se destacou. No primeiro tempo, deu belo passe para Gabriel Jesus e deixou o camisa 9 cara a cara com o goleiro Stojkovic. Outra finalização após tabela com o mesmo Jesus reforçou tal postura mais coletiva.

Para Neymar, o que não deve mudar na Copa do Mundo é a virilidade dos adversários, assim como as reclamações de simulações. Um carrinho violento sofrido no primeiro tempo levou todos os jogadores do banco da Sérvia aos gritos contra o árbitro. A falta clara não diminuiu a irritação dos rivais.

Mas como nem tudo são flores ainda para Neymar, ainda há imprecisão nas finalizações. Quando a Sérvia mais apertou no segundo tempo, o atacante desperdiçou uma boa chance de gol, em contra-ataque armado por Coutinho. O chute de perna esquerda saiu fraco. Na parte final de jogo, desta vez de perna direita, o erro veio quase na marca do pênalti, após passe de Willian.

A boa atuação de Neymar, e a vitória, deram tranquilidade ao Brasil nos minutos finais para tocar a bola. O camisa 10 ainda não jogou com o protagonismo que almeja, mas também deixou de ter destaque por aspectos negativos. Calado e mostrando reação, Neymar animou o Brasil na luta pelo hexacampeonato.