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Copa 2018

Linha de 5 é coisa do passado! Tem seleção que defende com 6 na Copa

Tentativa de chute de David Silva, da Espanha, é bloqueada pelos vários defensores do Irã - François Nel/Getty Images
Tentativa de chute de David Silva, da Espanha, é bloqueada pelos vários defensores do Irã
Imagem: François Nel/Getty Images

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

21/06/2018 04h00

Cenário ideal para inovações táticas no futebol, a Copa do Mundo da Rússia já apresentou pelo menos um ingrediente não convencional em sua primeira semana: a linha de seis jogadores da defesa do Irã. Se em 2014 as seleções de Costa Rica e Holanda chamaram atenção com o forte jogo defensivo baseado em uma linha de cinco marcadores (três zagueiros e dois laterais alinhados), em 2018 a fortaleza fica ainda mais sustentada, com dois laterais, dois zagueiros e agora dois pontas para ocupar toda a largura do gramado.

Foi assim que a seleção asiática venceu Marrocos por 1 a 0 e foi derrotada pelo mesmo placar pela Espanha nas duas primeiras rodadas do Mundial.

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Linha de seis - Reprodução/TV - Reprodução/TV
Imagem: Reprodução/TV
A linha de 6 não é algo completamente nova no futebol mundial. Em ocasiões específicas já foi uma estratégia adotada por clubes e seleções pelo mundo - inclusive no Brasil, em partidas do Corinthians então dirigido por Fábio Carille ou do Atlético-MG de Thiago Larghi, por exemplo.

No caso do Irã é um padrão de jogo estabelecido: na defesa, o time se posiciona com seis jogadores para dificultar o trabalho ofensivo e as infiltrações pelo meio dos adversários, independentemente de quem forem. Por isso é que o Irã teve 36% de posse de bola contra o Marrocos e 30% diante da Espanha. Eram seis marcadores, três homens no meio-campo e apenas um atacante, que pouco foi acionado. É um muro, definido pelo blogueiro do UOL André Rocha como a "retranca handebol".

Antes da abertura da Copa do Mundo, o UOL Esporte destacou que tendências ofensivas rondavam o torneio para esta edição de 2018 em razão da postura de seleções como Brasil, Alemanha, Argentina e França. Porém, também há seleções que se defendem em linha de 5, como Suíça e Costa Rica - em 2014, apontada como saco de pancadas do Grupo D, que também contava com Uruguai, Itália e Inglaterra, a seleção da América Central avançou como líder do grupo de campeãs mundiais, eliminou a Grécia nas oitavas de final e só caiu nas quartas de final para a terceira colocada Holanda. O time jogava no 5-4-1, com defesa forte e saída rápida pelos lados.

O modelo inspirou outras escolas e mostrou que o futebol defensivo também pode dar resultado. O Irã aprendeu e tentará mostrar a eficiência da receita no último jogo da primeira fase, na próxima segunda-feira, às 15h, contra Portugal. A equipe tem três pontos somados contra quatro de Portugal e Espanha e nenhum de Marrocos.

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