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Peru aposta em Guerrero e joga para espera de 36 anos não durar só 3h

Principal referência do Peru há décadas, Guerrero será titular pela primeira vez em uma Copa do Mundo - Elsa/Getty Images
Principal referência do Peru há décadas, Guerrero será titular pela primeira vez em uma Copa do Mundo
Imagem: Elsa/Getty Images

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/06/2018 21h00

Milhares de peruanos viajaram à Rússia a fim de ver a história com os próprios olhos. Depois de 36 anos, a seleção do país voltou a disputar uma Copa do Mundo. A longa espera, no entanto, pode acabar em frustração; e de maneira mais rápida do que o ideal. Diante da poderosa França nesta quinta-feira, a partir das 12h (de Brasília), em Ecaterimburgo, a equipe de Paolo Guerrero pode se despedir da competição.

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Serão apenas dois jogos assim que concluído o duelo com os franceses – ou cerca de 3h de bola rolando nos gramados russos. Entretanto, derrotado pela Dinamarca na partida de estreia, o Peru precisa de no mínimo um empate contra um dos favoritos ao título do Mundial para se manter na briga por uma das vagas do grupo C para as oitavas de final da Copa do Mundo.

A derrota para a França, aliada a um triunfo da Dinamarca sobre a Austrália, que entram em campo às 9h, em Samara, elimina o Peru com uma rodada de antecedência. Situação frustrante para os mais de 40 mil peruanos que, segundo a Fifa, compraram ingressos para a Copa do Mundo, e também para uma geração responsável por reescrever a história da seleção do país.

Talvez o maior símbolo desta reconstrução seja Paolo Guerrero, e o centroavante do Flamengo, enfim, deve ganhar a oportunidade de atuar durante os 90min. Reserva na estreia contra os dinamarqueses, o camisa 9 trabalhou como titular e está escalado pelo técnico Ricardo Gareca.

“Fisicamente, Paolo Guerrero está bem. Ele ser reserva no primeiro jogo foi uma decisão minha por ter sido o último jogador a se somar ao grupo. Em todos os aspectos, ele está muito bem”, declarou o comandante argentino, que promete uma postura corajosa diante de uma das favoritas na Rússia.

“Peru vai sair para jogar contra a França, como sempre fazemos. Eles já nos conhecem, têm uma ideia do que planejamos. Sempre iremos com a ideia pontual de sair para vencer em qualquer cenário e diante de qualquer rival, por mais que a França seja favorito”, complementou, em entrevista coletiva concedida um dia antes do duelo.

Vencer abatimento

Cueva choro Peru - Juan Barreto/AFP - Juan Barreto/AFP
Cueva precisou ser consolado por companheiros depois do pênalti perdido na estreia
Imagem: Juan Barreto/AFP

Antes de vencer a França, o Peru precisa se superar o próprio abatimento. Eram evidentes as expressões de desolação após a derrota para os dinamarqueses, em uma partida na qual o time de Gareca dominou o segundo tempo, mas pecou no próprio acúmulo de finalizações erradas. O maior símbolo desta baixa moral é o meia Christian Cueva.

Uma das referências técnicas da equipe, o são-paulino desperdiçou um pênalti na estreia e precisou ser consolado duas vezes pelos companheiros. Tanto na saída para o intervalo quanto no fim do duelo, atletas peruanos cercaram o camisa 8 e o abraçaram. Afinal, era só a estreia.

Mas o erro de Cueva pode custar caro ao Peru. Sem o resultado contra a Dinamarca, a equipe sul-americana tem pela frente agora uma favorita França para sobreviver no Mundial. É vencer para seguir com o sonho de ir ao grupo dos 16 melhores. Se perder, a espera de 36 anos terminará em apenas 3h de resultados frustrantes.

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