Não é só Sampaoli: nenhum técnico argentino venceu na 1ª rodada da Copa
Esta terça-feira marca o fim da primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 2018. E o saldo para os técnicos argentinos, que são maioria na competição, foi terrível. Dos cinco representantes do país que comandam seleções, apenas um deles pontuou: Jorge Sampaoli, justamente o mais criticado, pela atuação ruim da Argentina na estreia contra a Islândia.
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Sampaoli apanhou desde o momento em que sinalizou o time titular para a abertura do Grupo D. A escalação de um "doble 5" - dois volantes de marcação - era o foco da revolta, já que todos imaginavam uma retranca islandesa. De fato, a escolha se mostrou errada. Javier Mascherano e Lucas Biglia ocupavam o mesmo espaço e não acrescentavam muito na criação das jogadas. O segundo ainda foi trocado na etapa final, mas já era tarde.
A presença de Maxi Meza como meia pela direita também foi contestada. Além disso, a falta de variedade de jogadas ofensivas recebeu muitas críticas. A Argentina se resumia a tocar para Lionel Messi e esperar um milagre do astro, que acabou perdendo um pênalti e colaborando para a péssima estreia da equipe, com empate por 1 a 1.
Boas atuações, mas com derrota
Dois dos outros técnicos argentinos até conseguiram que seus times apresentassem um futebol melhor, mas ambos saíram derrotados por 1 a 0. Foi assim com o Egito, de Hector Cuper, que chegou a ser superior ao Uruguai até ser castigado com um gol nos minutos finais. Se o craque Mohamed Salah tivesse jogado, não era absurdo imaginar uma vitória dos africanos, que tiveram bom toque de bola e marcação eficiente.
O Peru, de Ricardo Gareca, sufocou a Dinamarca. Foram inúmeras chances claras desperdiçadas, incluindo um pênalti, até que um contra-ataque definiu a partida. Foi a melhor atuação entre sul-americanos, com tabelas, ultrapassagens e jogadas individuais, além de uma rapidez notável nas transições defensivas e ofensivas.
Tropeço com explicações
Esse tipo de futebol era esperado também da Colômbia, de José Pekerman. A primeira surpresa foi com James Rodríguez começando como reserva. Depois, com três minutos, o volante Carlos Sánchez evitou gol do Japão com a mão, foi expulso e ainda viu os asiáticos abrirem o placar no pênalti que cometeu. Com um ataque qualificado, o time colombiano até buscou o empate, mas não aguentou a pressão e levou o 2 a 1.
Inofensivo x iluminado
A pior de todas as estreias dos técnicos argentinos ficou nas mãos de Juan Pizzi. Sua Arábia Saudita mostrou as maiores fragilidades da Copa até aqui, como um ataque pouco participativo e uma defesa bastante vulnerável e confusa. Não à toa, a Rússia, que vinha de resultados ruins na preparação para o Mundial, venceu por 5 a 0 com facilidade.
Mas se Pizzi saiu de cabeça quente do jogo de abertura, Stanislav Cherchesov caminhou nas nuvens. O treinador dos russos chegou pressionado à partida, mas mostrou estrela e boa leitura do confronto. Afinal, duas das substituições que promoveu participaram da goleada: Denis Cheryshev, com dois gols, e Artem Dzyuba, com um.
O cara da rodada
Nenhum técnico foi mais exaltado na rodada de abertura da Copa do Mundo do que Juan Carlos Osorio. O colombiano que dirige o México surpreendeu o planeta ao vencer a Alemanha por 1 a 0, com belo gol de contra-ataque, marcado por Hirving Lozano. Jogadas do tipo foram trabalhadas insistentemente por Osorio, que colocou o embate com os alemães como grande foco da preparação da seleção no primeiro semestre. A atuação impactante fez a torcida mexicana pedir desculpas pelas críticas ao treinador.
Badalados e criticados
Poucos técnicos chegaram à Copa tão badalados e exaltados como Tite e Didier Deschamps. Brasil e França seguem apontados como favoritos, mas as atuações irregulares na primeira rodada serviram de alerta. Os franceses até venceram a Austrália por 2 a 1, só que sem mostrar nem sinal de um ataque considerado envolvente, rápido e letal. No fim das contas, Deschamps partiu para o sufoco ao colocar o centroavante Olivier Giroud e viu a escolha dar certo. Foi do pivô a jogada para o gol da vitória.
Tite não teve a mesma sorte. O Brasil teve bom começo, abriu o placar com golaço de Philippe Coutinho, mas não apresentou a movimentação intensa e constante no ataque, tão elogiada e decisiva ao longo das Eliminatórias. O time foi previsível, investindo quase sempre pela esquerda e na individualidade de Neymar. Sem falar em mais um vacilo em bola parada. A Suíça buscou o 1 a 1 com méritos.
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