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Copa 2018

Renovada, Inglaterra 'jovem' tem primeiro teste em estreia contra Tunísia

Dele Alli e Marcus Rashford sorriem durante treino da seleção inglesa - Carl Recine/Reuters
Dele Alli e Marcus Rashford sorriem durante treino da seleção inglesa Imagem: Carl Recine/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/06/2018 04h00

Nesta segunda-feira (18), a seleção da Inglaterra estreia na Copa do Mundo de 2018 em partida contra a Tunísia. Com um time renovado e 'jovem', os ingleses entram em campo às 15 horas (de Brasília) contra o sonhador país africano que almeja sua segunda vitória em Mundiais. 

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Empurrada pela famosa geração de Steven Gerrard, Frank Lampard e David Beckham, a Inglaterra chegou às últimas Copas do Mundo sob relativo otimismo da imprensa e torcida locais. E o resultado foi o mesmo: eliminações precoces e decepção. Os velhos ídolos se aposentaram, mas o investimento na base fez surgir uma nova leva de atletas que justifica a sensação de que o jejum de títulos pode chegar ao fim no Mundial da Rússia.

A seleção inglesa tem como único título relevante a Copa do Mundo de 1966. Desde então, conquistou como principais resultados o quarto lugar da edição de 1990 do torneio, além de ter chegado até as semifinais da Eurocopa de 1996.

A empolgante geração, que além de Gerrard, Lampard e Bechkam tinha nomes como John Terry, Ashley Cole, Joe Cole, Wayne Rooney e Michael Owen trouxe a esperança de que algo grande estava por vir, mas não foi o caso. Os melhores resultados foram as quartas de final das Copas de 2002 e 2006 e das Eurocopas de 2004 e 2012.

O declínio da geração coincidiu com a afirmação do Campeonato Inglês como liga de maior investimento do mundo. A consequente importação de jogadores, cujo fluxo ficou cada vez maior, fez com que atletas estrangeiros ocupassem o espaço que antes era dos formados e revelados no país.

A escolha do atual treinador da seleção ajuda a mostrar como a Inglaterra voltou sua atenção para a base após os fracassos recentes. Gareth Southgate assumiu a equipe principal em 2016 depois de passar três anos treinando a equipe sub-21. Foi com ele que se deu o início da campanha que levou o time de base até as semifinais do Europeu da categoria no ano passado.

A campanha, que foi de 2015 a 2017, contou com cinco jogadores que acabaram convocados para a Copa: o goleiro Jordan Pickford, do Everton, o volante Eric Dier, do Tottenham, os meias Dele Alli, do Tottenham, e Ruben Loftus-Cheek, do Chelsea, e o atacante Marcus Rashford, do Manchester United.

A convocação para a Copa do Mundo ainda mostra como atletas revelados em clubes que brigam por títulos na Inglaterra conseguiram espaço como profissional, o que representa uma quebra de paradigma no financeiramente forte futebol do país. São os casos de Trent Alexander-Arnold, do Liverpool, Harry Kane, do Tottenham, e Jesse Lingard e Marcus Rashford, do Manchester United.

Até mesmo clubes que vão ao mercado em busca de reforços agora olham com mais carinho para jogadores formados na Inglaterra. O Manchester City foi campeão do inglês tendo entre suas fileiras Kyle Walker, John Stones, Fabian Delph, e Raheem Sterling, todos revelados por outros clubes ingleses. Os quatro foram convocados para a Copa do Mundo.

Entre as características da geração que representará a Inglaterra na Copa do Mundo está a versatilidade. Delph foi campeão inglês pelo City jogando como lateral-esquerdo e foi convocado por Southgate como meio-campista. Walker, lateral-direito da equipe de Manchester, pode atuar como zagueiro em um sistema com linha de três. Ashley Young, do rival Manchester United, faz tanto a lateral quanto a ponta pela esquerda. Rashford, seu companheiro de equipe, pode ser a referência do ataque ou atuar aberto.

Primeira africana a vencer em Copas, Tunísia sonha com 2º triunfo

Era dia 2 de junho de 1978. A seleção de um país independente há apenas 22 anos entrou em campo em Rosário, na Argentina, para seu primeiro jogo de Copa do Mundo. Depois de 90 minutos, a equipe deixou o gramado com um resultado histórico: ao vencer o México por 3 a 1, a Tunísia tornou-se a primeira seleção africana a vencer uma partida na mais importante competição do futebol. Quarenta anos depois, os tunisianos se inspiram naquela equipe para, em seu quinto Mundial, tentar sua segunda vitória.

Ausente da competição desde 2006, a Tunísia persegue uma segunda vitória há 40 anos. Depois de derrotar o México, a Tunísia perdeu para a Polônia por 1 a 0 e encerrou sua campanha de forma digna ao empatar com a Alemanha Ocidental, que defendia o título, por 0 a 0. Uma campanha surpreendente de um país que demoraria duas décadas para se classificar novamente. A Copa do Mundo só voltou a ver a Tunísia em 1998.

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