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Copa 2018

Além de complicar seu bolão, Copa de placares apertados dá alerta ao Brasil

Seleção estreia na Copa do Mundo neste domingo, às 15h. Último duelo, em 2013, ainda sem Tite, deu Suíça - Pedro Martins/MoWA Press
Seleção estreia na Copa do Mundo neste domingo, às 15h. Último duelo, em 2013, ainda sem Tite, deu Suíça
Imagem: Pedro Martins/MoWA Press

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

16/06/2018 21h00

Em seus três primeiros dias, a Copa do Mundo soma média de gols de 2,6 por partida - o maior número desde 1998. Apesar da grande quantidade de gols marcados até aqui, o torneio chama a atenção pelo equilíbrio entre as seleções e os resultados apertados, inclusive nos encontros entre campeãs mundiais e equipes com menos tradição. Aí você pode lembrar da Rússia, que goleou a Arábia Saudita por 5 a 0 logo na abertura da Copa, mas vamos tratá-la como a exceção que confirma a regra: não está fácil para ninguém.

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Quatro seleções campeãs mundiais entraram em campo antes do Brasil na Copa do Mundo, e nenhuma delas teve qualquer facilidade: o Uruguai venceu o Egito com um gol marcado aos 44 minutos do segundo tempo, a Espanha empatou em 3 a 3 com Portugal, a França venceu a Austrália por 2 a 1 com influência do árbitro de vídeo e a Argentina... bem, a Argentina empatou em 1 a 1 com a Islândia, estreante em Copas, e complicou a situação de 9 entre 10 pessoas que apostaram em algum bolão. 

O Brasil é 2º do ranking da Fifa e enfrenta neste domingo, às 15h, em Rostov, a 6ª colocada Suíça. Não só pela boa colocação dos europeus no ranking oficial, mas principalmente pelo nível técnico das seleções desacreditadas, o alerta está ligado. Como mostrou o UOL Esporte, a Suíça chega à Copa do Mundo da Rússia em boa fase: classificou-se pela quarta vez consecutiva, teve média de dois gols por jogo nas Eliminatórias e está invicta há seis partidas, período em que chegou a golear o Panamá por 6 a 0.

O último duelo com o Brasil também está fresco na memória: vitória por 1 a 0 da Suíça, em 14 de agosto de 2013, com gol contra de Daniel Alves.

As lições dos primeiros dias da Copa para o Brasil:

Uruguai 1 x 0 Egito: protagonista apagado

O sofrimento uruguaio para vencer o Egito passou muito pelo mau desempenho de Luis Suárez, o jogador mais conhecido do país. Enquanto o Brasil deposita tantas esperanças em Neymar, Suarez é o protagonista celeste. Mas em campo foram três chances perdidas, sendo duas delas de maneira bizarra, desastrada. Errou domínios, se apresentou sem ritmo e pouco fez. A solução para um dia de apagão do principal jogador foi a bola aérea: em cobrança de falta de Carlos Sánchez, o zagueiro Giménez marcou de cabeça e deu alívio aos sul-americanos.

Suárez, do Uruguai, contra o Egito  - Getty Images - Getty Images
Imagem: Getty Images

Espanha 3 x 3 Portugal: cuidado com as feras

A Espanha correu atrás de Cristiano Ronaldo durante 90 minutos da partida de Sochi: o português abriu o placar e Diego Costa empatou, o português colocou à frente de novo e Diego Costa empatou outra vez. Aí Nacho marcou, mas o português anotou pela terceira vez para empatar o placar. A lição deste jogo é: não dê paz ao principal jogador do time adversário. No caso da Suíça, os candidatos a protagonista são Shaqiri e Xhaka.

Cristiano Ronaldo, de Portugal, contra a Espanha - Murad Sezer/Reuters - Murad Sezer/Reuters
Imagem: Murad Sezer/Reuters

França 2 x 1 Austrália: o meio pode ser a chave

A França foi escalada com um marcador e dois jogadores mais leves no meio-campo, para que auxiliassem o trio ofensivo formado por Griezmann, Dembelé e M'Bappé. Em campo, no entanto, os meias não cumpriram seu papel e pouco se projetaram ao ataque, sempre trocando passes com Kanté e acionando pontas ou laterais que ultrapassavam. A tática que poderia levar a França à vitória não rendeu o esperado em razão da falta de mobilidade. Que Paulinho e Philippe Coutinho ouçam. 

Griezmann em vitória da França sobre a Austrália - Lars Baron/Fifa via Getty Images - Lars Baron/Fifa via Getty Images
Imagem: Lars Baron/Fifa via Getty Images

Argentina 1 x 1 Islândia: jogadas de fundo ajudam

A Argentina concentrou seu jogo pelo meio e a insistência não deu resultado: sem jogadas de linha de fundo, ultrapassagens e velocidade contra os grandalhões da Islândia, o time de Jorge Sampaoli insistiu em tabelas curtas no meio com a participação de Messi, mas ninguém conseguiu fazer a diferença. Nem o protagonista e nem os coadjuvantes. É preciso ter opção de jogadas diante de posturas excessivamente defensivas.

Messi, da Argentina, contra a Islândia - Christian Hartmann/Reuters - Christian Hartmann/Reuters
Imagem: Christian Hartmann/Reuters

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