Pivô de polêmica na Copa, Williams perdeu fortuna no futebol após golpe

Atração da cerimônia de abertura da Copa na última quinta-feira, o cantor Robbie Williams virou o centro de uma polêmica ao fazer um gesto obsceno em direção a uma das câmeras da transmissão oficial. O ato do britânico de 44 anos ganhou o mundo e repercutiu tanto quanto a vitória da Rússia no jogo de estreia.
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Williams é um conhecido entusiasta de futebol, em paixão que já lhe custou uma fortuna perdida, graças a um golpe envolvendo um time de sua propriedade, nos Estados Unidos.
Em 2005, Williams fundou o LA Vale, time amador em Los Angeles, que reunia algumas celebridades e subcelebridades apaixonadas por futebol. O cantor atuava pelo time e organizava eventos envolvendo a modalidade, alguns deles com fins beneficentes. No entanto, a equipe acabou durando até 2007, quando dois integrantes desfalcaram a estrela pop em uma quantia de 200 mil libras (quase R$ 1 milhão), de acordo com relatos da imprensa inglesa.
Na época, segundo o jornal "Daily Mirror", Williams foi persuadido por dois colegas de time a emprestar a quantia citada para um investimento em uma loja de moda em Nova York. No entanto, os ex-amigos do cantor torraram o dinheiro em festas e jamais quitaram a dívida. A frustração fez o artista abandonar o time de futebol em Los Angeles.
Este não foi o único prejuízo de Williams ligado ao futebol. O cantor é um torcedor fanático do pequeno Port Vale, time da cidade de Stoke-on-Trent, na Inglaterra. Em 2006, o artista gastou cerca de 240 mil libras em ações do clube. No entanto, seis anos depois, a administração da equipe passou por uma crise financeira, em fato que fez Robbie perder sua participação acionária, recebendo de volta apenas uma pequena fração da quantia investida.
Mas os dois revezes no mundo do futebol não representam muita coisa na saúde financeira de Robbie Williams, artista egresso do grupo vocal masculino "Take That", famoso nos anos 90. A imprensa britânica calcula a fortuna do cantor esteja na casa de 90 milhões de libras (mais de R$ 440 milhões).
Sobre a polêmica na abertura da Copa
A Fifa veta qualquer gesto político ou religioso dentro do que ela trata como um local sagrado – o campo de jogo. Mas permitiu que a cerimônia de abertura da Copa, criada para ser insossa, se transformasse em uma grande polêmica. Primeiro, pela simples escolha pelo britânico Robbie Williams para fazer o show inaugural. Depois, pelas atitudes do eleito com um microfone na mão e uma câmera à sua frente. O astro trocou a letra de uma de suas músicas, para responder a uma polêmica, e ainda mostrou o dedo do meio para a câmera que fazia a transmissão oficial ao vivo.
Contratado pela Fifa, o cantor britânico havia causado grande polêmica em 2016, quando lançou a música "Party Like A Russian" ("festeje como um russo", em tradução literal). O cantor jurou que seu recado, com a música, era apenas aquele que constava no título, uma exaltação ao modo alegre de os russos beberem e dançarem. Mas referências a um ditador corrupto que rouba da população para construir um satélite espacial deixaram outra impressão.
À época, tabloides nacionalistas russos não pouparam críticas ao britânico. Os que pegaram mais leve afirmaram que Robbie Williams nunca mais seria convidado a cantar na Rússia. E muitos lembraram que, já naquele momento, o cantor estava longe da melhor fase da carreira. Para o canal público de TV Vesti, a popularidade de Williams "estava se tornando uma memória e não uma realidade".
Apesar de tudo isso, Williams foi o escolhido para fazer o show inaugural, em posição que já foi da superstar Shakira, no melhor momento da carreira, em 2010. Mesmo em 2014 a escolha por Cláudia Leitte fazia mais sentido: divulgar a música brasileira para o exterior.
A escolha fez o cantor mais uma vez ser criticado. Desta vez, em casa. Líderes britânicos ligados aos direitos humanos o acusaram de "vender a alma" a Putin. "É surpreendente e decepcionante ouvir que um grande artista britânico como Robbie Williams, que tem sido um aliado de campanhas de direitos humanos e da comunidade LGBT, aparentemente concordou em ser pago pela Rússia e pela Fifa", atacou a deputada trabalhista Stephen Doughty.
No entender de lideranças britânicas, o cantor furou uma espécie de boicote à competição. Nenhum chefe de estado da Europa ocidental foi à cerimônia de abertura, por exemplo, apenas uma dezena e meia de aliados do governo Putin.
Mas ninguém acusou Williams de ter aceitado cantar na Rússia por apoiar o regime de Putin. A narrativa da crítica a cantor foi sempre baseada na ideia de que ele se vendeu, que aceitou inclusive o veto à canção "Party Like A Russian" na festa de abertura por ser mercenário.
O cantor respondeu chamando atenção do mundo inteiro. Na última música da apresentação, "Rock DJ", Robbie Willians mudou nada discretamente um trecho da letra. De "Most of them fleece me every night" para "Most of them fleece me but I'm doing this for free" - "A maioria deles extorque (ou se vende), mas eu estou fazendo isso de graça". Logo em seguida, dançando, ele abriu o sorriso maroto e mostrou o dedo do meio. Tudo estrategicamente enquanto a câmera dava zoom fechado em sua cara.
O gesto, claro, ganhou grande repercussão na internet e na imprensa. O jornal inglês "Daily Mail", por exemplo, estampou em destaque em seu site de esportes uma manchete crítica. "Robbie Williams marcou um gol contra na abertura da Copa do Mundo como estrela insolente ao dar o dedo do meio para a câmera durante a exibição deslumbrante no Estádio Luzhniki", escreveu.
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