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Após polêmica, Irã inclui mulheres na torcida pela Copa

Outdoor no Irã é substituído para incluir mulheres - Reprodução/BBC
Outdoor no Irã é substituído para incluir mulheres Imagem: Reprodução/BBC

Do UOL, em São Paulo

15/06/2018 13h06

Horas antes da estreia do Irã na Copa do Mundo, diante do Marrocos, o governo local resolveu substituir um polêmico outdoor instalado em uma avenida movimentada da capital Teerã. A peça de propaganda, que pregava a união do país na torcida pela seleção no Mundial, tinha apenas homens. Nenhuma mulher era representada.

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"Nós, mulheres, não temos participação na felicidade de nosso país. é isso que entendemos por discriminação de gênero e eliminação de metade da população do país", postou, no Twitter, uma influente militante iraniana. O tema ganhou repercussão e foi capa do jornal Qanun, que estampou: "Perdemos sem as mulheres".

Nesta quinta-feira, de acordo com a rede britânica BBC, o outdoor foi substituído por outro que, agora, inclui mulheres. A imagem mostra os jogadores da seleção alinhados enquanto houvem o hino nacional e, ao lado deles, diversos cidadãos, entre eles mulheres. Também foi abandonada a ideia anterior, bastante otimista: que o Irã pode levantar a taça de campeão.

Faixa Irã mulheres estádio - Darko Vojinovic/AP - Darko Vojinovic/AP
Torcedores levaram uma faixa de apoio às mulheres na estreia iraniana na Rússia
Imagem: Darko Vojinovic/AP

Pela lei iraniana, mulheres não podem entrar em um estádio para ver um jogo masculino – e, para burlar o sistema, algumas delas chegam a se vestir de homens para passar despercebidas. Além disso, elas não podem ver jogos em público tranquilamente ao lado de homens, não podem celebrar uma vitória nas ruas, não podem, afinal, viver o futebol em sua essência.

Mas independente disso, o Irã segue figurando na lanterna da desigualdade de gênero entre os países que disputarão a Copa do Mundo. Lá só 6% do Parlamento é formado por mulheres, que representam também menos de 20% da força de trabalho iraniana. O futebol é um reflexo dessa realidade: desde a revolução no fim da década de 1970, as iranianas foram proibidas de frequentar estádios.

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