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Preso no Brasil, britânico volta aos negócios na Copa da Rússia

Raymond Whelan em delegacia do Rio de Janeiro em julho de 2014 - Tasso Marcelo/AFP
Raymond Whelan em delegacia do Rio de Janeiro em julho de 2014 Imagem: Tasso Marcelo/AFP

Estadão Conteúdo, em Moscou (RUS)

12/06/2018 14h03

O britânico Ray Whelan, pivô do escândalo da venda de ingressos na Copa do Mundo de 2014, está em Moscou. A empresa onde trabalha, a Match, manteve os contratos com a Fifa, apesar do caos político dos últimos anos e até mesmo diante da queda de Joseph Blatter, um antigo aliado da companhia. Whelan, em 2016, declarou que seu caso havia sido encerrado e que ele fora inocentado.

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Whelan foi preso no Brasil durante a Copa do Mundo por suspeitas de fazer parte de um esquema de cambistas. A operação da polícia, em pleno Copacabana Palace, criou controvérsias e acusações por parte da empresa de que a ação não tinha base. Levado para o presídio de Bangu, seu caso mobilizou uma parcela da Fifa.

Na época, sua fuga por uma porta de serviços do hotel luxuoso do Rio de Janeiro reforçou um enredo de polêmica e até mesmo uma ameaça de ação por parte de procuradores contra o Copacabana Palace.

Em 2015, o caso de Whelan acabou sendo retirada do processo mais amplo que exista contra onze cambistas. Um habeas corpus para Whelan foi concedido pela 6ª Câmara Cível, decisão contestada pelo promotor Marcos Kac, que insistia que existiam evidências suficientes para que o executivo fosse levado a julgamento. Em 2016, Whelan fez declarações à publicação World Soccer de que havia sido inocentado e que o caso estava encerrado. 

Para a Copa de 2018, a Match manteve seu contrato com a Fifa para a venda de pacotes VIP e todo o atendimento de hotéis. Whelan, executivo da empresa, também manteve sua função e, nos últimos dias, percorria o lobby do hotel principal usado pela Fifa para suas atividades, festas e reuniões.

O resultado da Match em Moscou, porém, ficou bem abaixo do que a empresa conseguiu vender no Brasil. De acordo com documentos confidenciais da Fifa obtido pelo Estado, a empresa de Whelan teve receitas de US$ 360 milhões, contra mais de US$ 630 milhões no Brasil há quatro anos.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, admitiu ao Estado que os resultados chegaram a "preocupar". "Mas vimos um aumento de vendas nos últimos dias", disse. "Não foi tão ruim como temíamos."

Em outros documentos também obtidos pela reportagem, a licitação vencida pela Match para seu acordo de vendas neste caso de hospedagem na Rússia foi permeada por dúvidas. Um exame técnico da Fifa estabeleceu que a Match não tinha as mesmas condições similares a outra licitação, nem em termos financeiros nem termos de experiência no mercado russo. Ainda assim, a Match venceu a licitação.

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