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Copa 2018

Interesse do mercado mostra que Brasil de Tite "cresceu na hora certa"

Alisson ri durante entrevista coletiva - Pedro Martins / MoWA Press
Alisson ri durante entrevista coletiva Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Sochi (Rússia)

12/06/2018 14h10

Alisson começou a Era Tite sob grande desconfiança e só deixou de ser tão criticado na temporada europeia que se encerrou em maio. Nesta terça, em Sochi, na Rússia, o goleiro da Roma foi para a entrevista coletiva do dia da seleção sem dúvida alguma de que será o goleiro titular na Copa do Mundo. Mais que isso, respondeu algumas perguntas sobre o futuro, que aparentemente reserva uma transferência milionária para um dos finalistas da última Liga dos Campeões.

O interesse de Real Madrid e Liverpool é um dos grandes exemplos de um fenômeno raro que tem acontecido com a atual seleção brasileira. Ao contrário do que ocorreu em Copas recentes, o Brasil chega com atletas em alta e cobiçados pelo mercado da bola, um sinal da força da equipe de Tite. 

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É uma situação bem diferente do que ocorreu há quatro anos, por exemplo. Campeão da Copa das Confederações em 2013, Felipão apostou nos mesmos nomes para o ano seguinte e viu Hernanes, Jô e Bernard, por exemplo, saírem de reservas capazes de mudarem o jogo para peças pouco úteis ao longo da Copa. Titulares como Daniel Alves, Paulinho e Fred, destaques do título conquistado contra a Espanha diante do Maracanã lotado, chegaram em baixa ao Mundial e também decepcionaram, com os dois primeiros inclusive perdendo a titularidade. Na época, o único brasileiro cobiçado no mercado da bola era David Luiz, protagonista de uma ida milionária do Chelsea ao PSG. 

Embora não seja a única régua para isso, o interesse do mercado mostra a "temperatura" dos destaques da seleção. Jovens e ainda fora da elite, Alisson e Fred são dois dos brasileiros mais procurados na atual janela de transferências, com o meio-campista fechando sua ida ao Manchester United já no meio da preparação brasileira para a Copa.

Douglas Costa, após uma temporada de peso na Juventus, foi comprado de vez pelos italianos. Além deles, Neymar, na mira do Real Madrid, e Miranda, ainda em negociação com a Inter de Milão, também movimentam empresários. 

Some-se a isso transferências recentes e é possível medir o interesse que essa seleção desperta. Paulinho trocou a China pelo Barcelona há um ano, Danilo e Ederson foram contratados pelo City de Guardiola e Coutinho finalmente fechou com o Barcelona. Isso sem contar o próprio Neymar, que recolocou o Brasil no topo da lista dos jogadores mais caros de todos os tempos pela primeira vez desde Kaká, em 2009.

Não é por acaso que o Brasil, por exemplo, é apontado pelo site especializado Transfermarkt como o terceiro elenco mais valioso da Copa do Mundo, atrás apenas de Espanha e França. Tite espera, no entanto, que até o próximo domingo os assuntos sejam diferentes. No planejamento da seleção, todas as questões relacionadas ao mercado da bola deveriam ter sido resolvidas até a chegada à Rússia, para que todos tenham concentração total na competição. Alisson, na condição de um dos mais cobiçados do time, terá de correr para cumprir o prazo.

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