Já imaginou se assistir à Copa do Mundo fosse proibido?

A sensação de não ter sua seleção jogando a Copa do Mundo deve ser triste para um país - como brasileiros, nunca sentimos isso. Mas ao menos existe a possibilidade assistir à competição pela televisão e torcer para uma outra equipe. No que dependesse de um grupo de deputados ucranianos, nem isso seria possível por lá. É que eles apresentaram ao parlamento local uma espécie de projeto de lei proibindo a exibição das partidas do Mundial, disputado na inimiga política Rússia. A proposta, porém, acabou engavetada.
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O projeto de decreto foi apresentado em maio por Oleg Lyashko, presidente do Partido Radical, Igor Mosychuk, Andrei Lozovoy, seus companheiros de legenda, e Oleg Berezyuk, o presidente do partido Auto-Ajuda. Para eles, a transmissão da Copa do Mundo "viola os legítimos direitos e interesses dos cidadãos ucranianos, como resultado da agressão armada e da ocupação temporária de parte da Ucrânia pela Rússia". O governo ucraniano culpa a Rússia por incentivar o movimento separatista da Crimeia, além de outras agressões, negadas pelos russos.
Para ter efeito prático, o decreto precisaria ser levado ao plenário do Verkhovna Rada, o parlamento russo, até o fim da semana passada. Mas os líderes da oposição ao governo ucraniano, mais próximos à Rússia, conseguiram barrar a proposta. "O Rada se manteve unido na questão de proibir as transmissões da Copa do Mundo de 2018 e se recusou a incluir a discussão em sua agenda", explicou Yuri Pavlenko à agência russa de notícias TASS.
Antes, na semana passada a comissão parlamentar de liberdade de expressão recomendou que o parlamento aprovasse o projeto. Até o presidente da Federação Ucraniana de Futebol (FFU, na sigla em inglês), Andriy Pavelko, que também é deputado, declarou-se favorável à medida. "Como fã, eu entendo que todos queiram ver os melhores times do mundo, mas levando em consideração o tipo de propaganda que isso causaria para o país agressor (a Rússia), eu sou contra a exibição", afirmou, falando em "certa restrição moral".
A FFU também rejeitou sua cota de ingressos para a Copa da Mundo, da mesma forma que não credenciou nenhum jornalista para cobrir a competição na Rússia. Da mesma forma, o governo ucraniano também pediu que a população não viaje à Rússia, ainda que não havia restrições na fronteira. Mesmo assim, mais de 6 mil ingressos já foram comprados por ucranianos.
Os direitos de transmissão da Copa do Mundo para a Ucrânia foram inicialmente comprados pelo canal público First National, que depois decidiu que não transmitiria a competição. Então coube ao canal Inter adquirir os direitos. Sem restrições, os jogos devem ser exibidos normalmente.
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