Federação mexicana pede fim dos gritos de "bicha" nos estádios
Responsáveis por popularizar os gritos homofóbicos cada vez que um goleiro vai bater um tiro de meta, os mexicanos agora querem acabar com a prática, que vem sendo combatida pela Fifa. Nesta segunda-feira, a Federação Mexicana de Futebol publicou em seu site uma cartilha com as "Regras de Civilidade" para o Mundial, onde pediu expressamente que os gritos "puto" não se repitam.
- Confira a tabela completa e o calendário de jogos
- Simule os classificados e o mata-mata do Mundial
- DOC: a Rússia Gay que não pode sair do armário
"Durante as partidas, não grite nem insulte os jogadores, não utilize palavras de baixo calão. Te pedimos que não grite 'puto' durante os encontros", diz expressamente a cartilha da federação mexicana que, nas redes sociais, ainda divulgou uma imagem com o mesmo pedido. No México, "puto" tem o mesmo sentido pejorativo de "bicha" no Brasil.
A prática, usual no futebol mexicano, começou a ser combatida pela Fifa logo após a Copa do Mundo de 2014, exatamente quando ela passou a se tornar frequente nos estádios brasileiros. Enquanto o goleiro vai bater o tiro de meta, o torcedor rival sobe o somo de um "ah" até a explosão com o "puto" no momento em que ele bate na bola.
Veja o especial do UOL sobre os gritos homofóbicos nos estádios
Desde 2015, a Fifa já multou a federação mexicana em mais de 2 milhões de euros, em pelo menos sete oportunidades. A entidade mexicana já tentou diversas alternativas para tentar frear o grito homofóbico, inclusive ligando um grito de "México" no alto-falante do estádio para concorrer com o som da torcida durante os tiros de meta, mas não adiantou.
O temor dos mexicanos é que as medidas fiquem cada vez mais duras, como promete a Fifa, que pode inclusive impedir o México de continuar utilizando o estádio Azteca. Durante a Copa das Confederações do ano passado, a federação internacional ameaçou paralisar partidas e até punir a seleção mexicana caso o grito surgisse durante as partidas, o que não aconteceu.
Na mesma cartilha com "regras de civilidade", publicada nesta segunda, a federação mexicana lembra aos seus torcedores que as manifestações públicas relativas à diversidade sexual e de gênero são punidas pela lei russa. Além disso, que expressões públicas de afeto entre pessoas do mesmo sexo não são geralmente aceitadas e, de acordo com a federação, 'podem dar lugar a agressões físicas ou verbais".
O México é um dos países que mais comprou ingressos para a Copa do Mundo. Na última parcial divulgada pelos organizadores, os mexicanos só ficam atrás dos russos, naturalmente, de brasileiros, norte-americanos (muitos deles de origem mexicana) e dos alemães.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.