Seleção brasileira vai à capital da música clássica de pandeiro na mão

Após semanas de preparação em Teresópolis (RJ), Liverpool e Londres (Inglaterra), a seleção brasileira fará, neste fim de semana, sua última parada antes da chegada definitiva à Rússia para a Copa do Mundo. Em Viena, o time enfrenta a Áustria, às 11h (de Brasília) deste domingo (10), no teste final para o Mundial.
A erudita capital austríaca, referência mundial em música clássica, vai receber um ritmo diferente pelos próximos dias. E não se trata de uma simples generalização. Na geração atual, a batucada é organizada e a influência do samba no dia a dia da seleção vai muito além do clichê. Com o pandeiro e o tamborim nas mãos, Neymar e cia devem levar os "Inimigos do ritmo" até um palco inusitado.
A presença do samba na concentração da seleção não é novidade, claro. Preferência histórica dos boleiros, o estilo musical ficou especialmente marcado no pentacampeonato de 2002, quando Ronaldinho Gaúcho liderava o pagode a cada vitória na Coreia do Sul e no Japão. Nas últimas semanas, Neymar assumiu a “vaga” de R10. Ao lado dele, Marcelo, Willian, Thiago Silva, Marquinhos, Gabriel Jesus e Paulinho dão eco à batucada em ônibus e concentrações.
Na Áustria, em meio à expectativa para ver uma das equipes favoritas ao título mundial na Rússia, o samba será novidade. A cidade é marcada pelo número de concertos (são quase 15 mil por ano) e tem a principal ópera do mundo, a Estatal de Viena, além da Universidade de Música e Performances Artísticas de Viena – uma das maiores escolas do ramo.
São heranças dos tempos de Mozart e Beethoven, dois dos maiores nomes da música clássica, que construíram parte de seu legado justamente na cidade, capital do então poderoso império austriácio no século XVIII. Austríaco de nascimento, Mozart tem até hoje uma estátua em sua homenagem, um dos grandes pontos turísticos de Viena.
Beethoven, embora tenha nascido em Bonn, na Alemanha, viveu parte de sua carreira em Viena, onde bebeu da fonte de Mozart, 14 anos mais velho que ele. Embora ainda tenha passado por outras cidades, foi na capital austríaca que ele morreu - sua sepultura em um cemitério local atrai fãs de todo o mundo.
Os “inimigos do ritmo”
Ao menos na concentração e no vestiário da seleção, no entanto, Mozart e Beethoven não deverão ter muito espaço. Artistas como Mumuzinho, Ferrugem, Thiaguinho, Dilsinho e o grupo Sorriso Maroto lideram as preferências em caixas de som e pagodes improvisados.
E se a música clássica é lembrada pelo alto nível em Viena, o samba da seleção ainda precisa evoluir para chegar melhor na Copa. Apesar do esforço, os “Inimigos do Ritmo” – como Neymar já chegou a postar nas redes sociais – ainda precisam de mais treino.
“Eu brigo [com o ritmo]. Não tenho muita noção. O Neymar postou [batucada no ônibus], mas foi sorte. Sou horrível em ritmo”, brincou Marcelo. “Sobre os instrumentos, eu gosto de tocar um pouco de tudo, mas prefiro não me arriscar”, completou Roberto Firmino.
Tite ajusta o "som"
Em campo, sem som, Tite busca deixar sua equipe tão afinada quanto os concertos históricos austríacos e em nível superior ao do samba improvisado dos jogadores. Na última partida antes da estreia na Copa, o treinador lançará mão da equipe que pretende ver em campo diante da Suíça, no dia 17, já na Rússia.
Com problemas na saída de bola e no meio, Fernandinho foi sacado do time para o retorno de Neymar como titular. Ainda em recuperação, Renato Augusto, substituto natural para a vaga, verá Willian na formação inicial para o jogo com a Áustria. A zaga terá mais uma vez Thiago Silva e Miranda. Na direita, Danilo segue e deixa Fagner na reserva.
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