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Copa 2018

Com Ronaldo e Rivaldo, seleção de 1998 tenta revanche contra Noruega

Stu Forster /Allsport
Imagem: Stu Forster /Allsport

Agência EFE

09/06/2018 04h00

Enquanto a seleção brasileira de Neymar e companhia se prepara para a Copa do Mundo da Rússia, a de Ronaldo, Rivaldo e Bebeto vai até Oslo para reencontrar os noruegueses em um amistoso vinte anos depois do duelo disputado no Mundial de 1998. Às 12h15 (de Brasília), os veteranos brasileiros pegam a Noruega no Ullevaal Stadium, que estará lotado.

A derrota por 2 a 1 de virada, conhecida pelos locais como "Milagre de Marselha", pela primeira fase da Copa na França, é considerada o maior feito do futebol norueguês até hoje, com direito a livro temático, documentários e ingressos esgotados para rever seus heróis.

A revanche entre as seleções da Noruega e do Brasil será disputada com convocações de respeito. Vice-campeã de 1998, a seleção brasileira terá Ronaldo, Rivaldo, Bebeto, Edmundo, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto, Aldair, Junior Baiano, César Sampaio, Gonçalves, Giovanni e Dida, além de Gilberto Silva e Julio César, que não estiveram na competição na França.

Pela Noruega, os destaques serão Tore André Flo e Kjetil Rekdal, que marcaram os gols no Vélodrome naquele 23 de junho, além de Jahn Ivar Jakobsen e do técnico Egil Olsen.

"Realmente nos incomoda", admitiu Ronaldo ao lembrar a derrota. "Mas a gente espera resolver isso durante o jogo. O futebol é maravilhoso por isso, mesmo vinte anos depois, temos uma nova chance", disse o atacante durante entrevista coletiva do amistoso.

Ronaldo dá entrevista - Gorm KALLESTAD/AFP - Gorm KALLESTAD/AFP
Ronaldo Fenômeno durante coletiva na véspera da 'revanche' entre Brasil e Noruega
Imagem: Gorm KALLESTAD/AFP


Ronaldo será capitão e técnico, e não espera moleza no reencontro. "Com certeza será difícil consertar esse tabu. Os noruegueses estão treinando, e o Junior Baiano está ansioso para reencontrar o Flo", resumiu com ironia, olhando para o colega norueguês, sentado ao seu lado. Seu palpite de placar é 4 a 2 a favor do Brasil.

O técnico Egil Olsen vai comandar o time norueguês, assim como em 1998, e confimou que suas táticas já estão prontas. "Vamos usar as mesmas estratégias daquele confronto: nós chutamos a bola o mais longe possível e corremos. Já combinei com nossos 'velocistas' Roar Strand e Oyvind Leonhardsen", revelou.

Perguntado sobre a participação do goleiro Julio César, mais novo que os jogadores e que recentemente se aposentou vestindo a camisa do Flamengo, o ex-volante Emerson justificou que Taffarel está ocupado com a Copa na Rússia, pois é o treinador de goleiros da seleção brasileira, e não conseguiram contato com Carlos Germano.

"Tentamos o Neymar, mas não deu", brincou Ronaldo, que completou fazendo uma confissão sobre a escalação do Brasil para o jogo festivo. "Não teve critério e não teve limitações."

O jogo de reencontro será disputado no Ulleval Stadium, em Oslo, às 12h15 (horário de Brasília), em dois tempos de 35 minutos, e irá para os pênaltis em caso de empate.

Em 1998...

Em 23 de junho de 1998, a equipe comandada por Zagallo entrou em campo já classificado para as oitavas de final da Copa, enquanto a Noruega precisava da vitória para avançar. Bebeto fez 1 a 0 para a então tetracampeã, mas Tore André Flo e Rekdal marcaram um gol cada e viraram o jogo.

O jornalista esportivo Marius Lien, de 42 anos, lançou neste ano o livro "O Milagre de Marselha", no qual explica o fenômeno do 2 a 1 contra o Brasil para os noruegueses. A admiração pelo futebol pentacampeão, a unidade e a postura humilde da seleção norueguesa, e a identificação do país como um coletivo contribuíram para criar a comoção.

O atacante Tore André Flo resumiu a fórmula do sucesso para vencer os brasileiros 20 anos atrás: um bom técnico, uma boa geração de futebol e confiança. "Começamos a derrotar grandes times, e isso fez muito bem para nossa autoestima".

Apesar de toda a euforia pela classificação, a caminhada da Noruega na Copa de 1998 terminou logo na fase seguinte, com uma derrota para a Itália por 1 a 0, também em Marselha. O Brasil avançou até a decisão, em que foi derrotado pela França por 3 a 0.

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