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Copa 2018

Peres trata de "climão" e diz que não falou sobre Santos com Neymar

O presidente do Santos, José Carlos Peres, será o chefe da delegação brasileira no amistoso contra a Croácia - Ivan Storti/Santos FC
O presidente do Santos, José Carlos Peres, será o chefe da delegação brasileira no amistoso contra a Croácia Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Do UOL, em São Paulo

06/06/2018 19h20

Chefe da delegação da seleção brasileira para os jogos amistosos antes da Copa do Mundo, José Carlos Peres falou nesta quarta-feira (6) sobre um "climão" entre ele e Neymar nos primeiros dias de concentração para o Mundial. O presidente do Santos disse que não chegou a conversar com o jogador sobre os processos que o clube move contra o atacante e o Barcelona.

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"Minha função não permite ir atrás de jogadores, e por isso não discuti isso com ele. Mas a relação foi boa. Não falamos sobre o Santos lá. A gente sabe que o jogador não está contente até pelo processo, mas não houve entendimento ou desentendimento. Não houve nenhum problema. Ele é um menino muito educado, a gente se cumprimentou e a relação fluiu dessa forma", explicou em entrevista à ESPN Brasil.

Ao tentar amenizar o clima, o presidente chegou a dizer que cogitou a possibilidade de retirar o processo movido contra o atacante, a quem trata como "ídolo" do Santos.

"Não foi a nossa gestão que moveu nossa ação contra um ídolo e contra o Barcelona, que tinha que mover com certeza. Esse é um processo, que está na corte, em que o Santos processa o Barcelona e o Neymar. Estamos com um novo advogado. Ele está fazendo um trabalho mito bom. Até perguntamos qual seria o prejuízo se tirássemos o Neymar fora, porque é um menino, e me falaram que é impossível agora. Mas isso quem vai decidir é o CAS, temos que aguardar isso para que seja resolvido o mais rápido o possível e que a relação seja boa", disse.

Segundo apuração do UOL Esporte, um clima de tensão rodeou a delegação pouco depois de Peres autorizar o Santos a recorrer de uma decisão da Fifa para tentar suspender o atacante por seis meses. Ex-funcionário do clube alvinegro, o preparador físico do atleta, Ricardo Rosa, ajudou a "quebrar o gelo" entre Neymar e o cartola.

Durante a gestão de Modesto Roma Júnior, em 2015, o Santos entrou com ação na federação internacional pedindo a suspensão de Neymar, além de sanções contra o pai dele e o Barcelona. A alegação é de que o jogador agiu de má-fé em sua transferência para o time espanhol e violou artigos do estatuto da entidade máxima do futebol. O alvinegro pediu ainda multa de aproximadamente 55 milhões de euros (cerca de R$ 239,7 milhões) para o atleta. Mas a Fifa rejeitou o pedido santista.

Então, já com Peres no comando, o clube entrou com um recurso na CAS (Corte Arbitral do Esporte) para reverter a decisão e punir o astro da seleção. A insistência santista em tentar suspender Neymar causou estranheza na equipe que cuida do camisa 10 do selecionado de Tite. Isso porque, no início de seu mandato, Peres convidou um membro do estafe do jogador para ir a seu gabinete. O objetivo era tentar retomar a relação entre as partes.

Cargo na CBF

Peres veio sendo criticado nos últimos dias por ter deixado o Santos e ajudar a seleção brasileira. O mandatário fez questão de explicar qual a função de um chefe de delegação.

"Eu acho que o chefe da delegação é um cargo emblemático, e obviamente você não está para intervir. Todos que trabalham têm suas funções e a minha é apenas representar o presidente da CBF. Mas obviamente se acontecer alguma coisa, o presidente da delegação estará intervindo e ajudando da melhor maneira possível", finalizou.

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