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Crianças palestinas pedem que Messi não jogue amistoso contra Israel

Messi comemora gol da Argentina sobre o Haiti - Marcelo Endelli/Getty Images
Messi comemora gol da Argentina sobre o Haiti Imagem: Marcelo Endelli/Getty Images

Da EFE, em Jerusalém

04/06/2018 10h06

Um grupo formado por 70 crianças palestinas escreveu uma carta ao jogador argentino Lionel Messi para pedir que não dispute o amistoso que a seleção da Argentina disputará com Israel no próximo sábado em Jerusalém.

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"Estimado Lionel Messi: É uma lendária figura do futebol. Nós somos filhos de refugiados palestinos dos campos de refugiados de Qalandya, al-Am'ari, Yalazón e Aida. As nossas famílias são originárias de Malha", diz a carta.

"Não sabemos se já ouviu falar dela (a cidade), mas temos certeza que vai ouvir, porque segundo nos disseram, você vai jogar com seus companheiros em Malha, em um estádio construído sobre a nossa aldeia destruída", diz a carta sobre o Estádio Teddy, na parte ocidental de Jerusalém, onde será realizado o amistoso.

Esse "será um dia triste", lamentaram os menores, que pediram que Messi não desiluda seus "corações" em um texto assinado pelas "crianças forçadamente deslocadas de Malha".

Segundo informaram à Agência Efe fontes palestinas, a carta foi entregue ontem no Escritório de Representação da Argentina em Ramala (Cisjordânia) para que seja dada ao jogador.

O presidente da Associação de Futebol Palestina, Jibril Rajub, foi o encarregado de entregar a carta e ofereceu uma entrevista coletiva diante do Escritório argentino durante a qual afirmou que se Messi participar do encontro, perderá o apoio de muitos torcedores da região.

"Ele é um grande símbolo, então vamos mirá-lo pessoalmente. Pedimos a todos para queimar suas fotos e suas camisas e abandoná-lo. Ainda esperamos que Messi não venha", disse ele a repórteres após deixar a representação argentina na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.

Rajub enviou recentemente uma carta ao seu colega argentino, Carlos Tapia, na qual condenava o encontro porque considera que é um apoio para "normalizar" a ocupação do Jerusalém Leste, parte da cidade ocupada por Israel desde 1967, anexada de maneira unilateral em 1980 e que os palestinos reivindicam como futura capital de seu Estado.

Em Israel, o amistoso é ansiosamente esperado e em apenas 20 minutos, foram vendidos quase todos os 34 mil ingressos disponíveis perante a oportunidade de ver estrelas como Messi, do Barcelona, Sergio Agüero, do Manchester City, e Angel Di María, do Paris Saint-Germain.

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