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Copa 2018

Tite se divide entre Coutinho e Fernandinho: proteger a zaga ou criar mais?

Danilo Lavieri, Dassler Marques e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Liverpool

03/06/2018 19h00

O esquema armado não funcionou como Tite imaginava na partida deste domingo (3), contra a Croácia. O comandante viu sua equipe depender bastante da individualidade dos atletas para conseguir construir a vitória por 2 a 0 no penúltimo amistoso antes da Copa do Mundo.

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Ao escalar Fernandinho, o técnico deu mais liberdade para o time atacar pela esquerda com Marcelo e Coutinho. Foi essa a análise, inclusive, feita por ele na coletiva de imprensa concedida na véspera da partida.

Ainda nesta formação, Paulinho tem mais liberdade para aparecer dentro da área e fazer o papel de “pivô”, como brincam os atletas no grupo. Durante o treinamento, Tite orientou bastante a equipe para estar preparada nos botes feitos pelo meio-campista do Barcelona. Willian e Coutinho precisariam redobrar a atenção pelos lados de campo na parte defensiva.

Em contrapartida, a entrada de Fernandinho prejudicou a circulação da bola e a criação. Como Tite também admitiu em sua coletiva na véspera do amistoso, o volante não tem a mesma qualidade de distribuição de bola que Renato Augusto, por exemplo.

No segundo tempo, a solução foi colocar Neymar no lugar de Fernandinho e centralizar Philippe Coutinho, com Willian mantido pela direita. A troca deu muito mais poder de criação ao Brasil e foi decisiva para abrir o placar.

Não só pela habilidade do camisa 10, que marcou um golaço, mas também pela movimentação de Coutinho, que foi importantíssima para que os espaços surgissem dentro da pequena área.

Em contrapartida, a saída de Fernandinho sobrecarregou Marcelo. O lateral esquerdo precisou ficar bem mais preso na marcação e só subiu em raras oportunidades. Depois, foi até substituído por Filipe Luís, que é bem mais defensivo que seu companheiro.

Uma das alternativas com a volta de Neymar aos titulares seria tirar Willian da equipe e deslocar Coutinho para a direita. Assim, o meio-campo ficaria consistente e daria firmeza para o lado esquerdo atacar livremente. O problema, no entanto, é que o jogador do Chelsea vive grande fase e está em alta com a comissão. Tite, inclusive, citou que tem trabalhado em vídeos com os atletas para que ele fique ainda mais completo.

Outra situação de perde e ganha fica por conta do ataque. Gabriel Jesus atuou por praticamente 60 minutos e dava ao Brasil uma referência no ataque. Com Firmino, o time perde o homem que está sempre dentro da área, mas ganha bastante na movimentação na intermediária. O jogador do Liverpool foi inclusive o responsável por fechar o placar.

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