Tottenham e Pochettino mudaram rumo de 2 astros de Tite. Para o bem e o mal

Esqueça o Philippe Coutinho confiante, mágico e segundo jogador mais caro do futebol mundial. Esse jogador, hoje um protagonista na seleção brasileira, só começou a se desenhar depois que Mauricio Pochettino entrou em sua vida em janeiro de 2012. Se hoje trabalha na casa do Tottenham como uma das estrelas da próxima Copa do Mundo, Coutinho deve agradecer ao treinador argentino, anfitrião do centro de treinamento em Londres.
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"Coutinho foi como uma contratação de peso. Foi importante pela qualidade dele e para conhecer o futebol espanhol", recorda Felipe Mattioni, lateral que à época era o único compatriota de Coutinho no Espanyol, dirigido justamente por Pochettino.
Philippe, em janeiro de 2012, só havia feito cinco partidas como titular da Inter de Milão nos seis meses anteriores. Dois fatores, então, o levaram à Espanha. A admiração de Pochettino e a boa relação de Ramón Planes, diretor esportivo do Espanyol, com Casiraghi, dono do mesmo cargo na Inter. Responsável pela aquisição, Planes descreve a transformação do jogador a partir daquela passagem. Ele havia conhecido o brasileiro por atuações ainda aos 15 anos, pela seleção brasileira, durante torneio de base em Barcelona.
"Pochettino foi uma pessoa chave na contratação de Coutinho. Ele gosta dos jogadores jovens de muita qualidade e Coutinho tinha as duas coisas. Na Itália, não tinha minutos, e por isso pedimos seu empréstimo. É uma pessoa com grande mentalidade, muito sério. Foram seis meses muito bons porque ele recebeu confiança quando necessitava de uma coisa: jogar", contou ao UOL Esporte.
"O Pochettino dava muita liberdade ao Coutinho. É um grande treinador. Naquela fase, o Coutinho era bem jovem, então um ajudou o outro. Philippe com sua criatividade, com gols, ajudou a equipe", recorda Mattioni. Ao todo, Philippe fez cinco gols em 16 jogos - alguns são lembrados até hoje pelos torcedores, como em cobrança de falta rasteira, quando a barreira do rival saltou, ao estilo Ronaldinho. Outro, em que driblou três jogadores.
Também foi no Espanyol que Philippe, pelas mãos do treinador argentino, se fixou como um ponta esquerda, sua posição preferida. "No Espanyol, o time queria a posse, queria sair jogando e não dava chutão. Por mais que a marcação estivesse forte, a gente trabalhava muito o passe e o posicionamento", recorda Felipe Mattioni, que hoje defende o Juventude e se tornou próximo de Coutinho desde aquela época.
Curiosamente, o meia-atacante brasileiro de forma indireta se tornou também responsável pelo salto de Pochettino, que tempos depois se mudaria para a Inglaterra. O observador Nicola Cortese trabalhava no Southampton e foi até a Espanha observar Coutinho - se encantou, porém, com a forma que a equipe do treinador argentino atuava, e indicou sua contratação. Depois de brilhar pelo Southampton, e ver o Liverpool vencer uma queda de braço para adquirir Philippe, o argentino se mudou para o Tottenham e fez um dos mais elogiados trabalhos do futebol europeu.
Para Paulinho, a lembrança de Pochettino não é nada boa
Titular da seleção brasileira, vice-artilheiro da era Tite e hoje respeitado em Barcelona, Paulinho possivelmente reencontra o Tottenham nesta semana com uma sensação especial. Afinal, depois de chegar em 2013 como a mais cara contratação da história do clube e valorizado pela conquista da Copa das Confederações, deixou o mesmo clube como um dos maiores 'flops' [expressão inglesa para decepções] de todos os tempos.
Como na ascensão de Coutinho, a influência de Pochettino foi considerável. No caso de Paulinho, porém, negativamente. "Ele chegou e eu não joguei muito. Joguei no máximo quatro jogos em minha posição preferida, e às vezes como um número 10", relembrou, tempos depois, com menção também a algumas partidas como ponta esquerda. "Se você não está em sua posição em um futebol competitivo como o inglês, é difícil", disse ao Guardian.
Mesmo sem críticas pessoais, Paulinho deixou clara a sua decepção com o período ao lado do argentino. "Eu estava jogando na ponta esquerda. O treinador me colocou para jogar ali, então tive que jogar. Eu não tive problemas com Pochettino, e eu disse a ele 'essa posição não é minha, mas jogo se você quiser'. Mas, no longo prazo, você não vai estar no seu melhor. Eu não estava jogando regularmente".
Antes de o treinador chegar ao clube londrino, as coisas eram diferentes. Na temporada de estreia, a cargo do português Antônio Vilas Boas, ele fez 37 jogos, anotou oito gols e deixou boa impressão. Mas, mesmo adaptado à Inglaterra, acabou por aceitar uma mudança para trabalhar com Luiz Felipe Scolari na China. A segunda tentativa na Europa, depois de uma passagem traumática por Polônia e Lituânia ainda bem jovem, acabou em decepção.
"Eu pensei que queria ir embora. Para onde? Eu não sabia. Mas eu queria ir. O treinador não estava confiando em mim, então não havia razão para ficar. Era abril, maio de 2015, e eu conversei com o presidente e pedi se ele poderia me ajudar [a sair]", recordou Paulinho na mesma entrevista.
Ao se mudar para a China, o volante brasileiro iniciou um processo para ganhar mais força, se tornou um dos destaques locais e viu Matheus Bachi, auxiliar de Tite, convencer o pai a dar uma chance a Paulinho. Ele agarrou com todos os dedos.
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