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Blatter diz que Fifa não vetou Morumbi e lamenta opção por Itaquera em 2014

Joseph Blatter anuncia sua saída da Fifa. Dirigente surpreendeu ao convocar coletiva. Ele vai convocar uma eleição, e segue à frente da entidade até o pleito - Ennio Leanza/Keystone via AP
Joseph Blatter anuncia sua saída da Fifa. Dirigente surpreendeu ao convocar coletiva. Ele vai convocar uma eleição, e segue à frente da entidade até o pleito
Imagem: Ennio Leanza/Keystone via AP

Do UOL, em São Paulo

31/05/2018 16h56

Fora da Fifa desde 2015, quando foi obrigado a deixar a presidência em meio a um escândalo de corrupção na entidade, Joseph Blatter está prestes a oferecer à opinião pública relatos de bastidores de sua atuação como dirigente esportivo. Entre os episódios inéditos que constarão num livro biográfico estão as conturbadas decisões de organização da Copa do Mundo no Brasil.

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Em entrevista publicada na versão online do jornal "O Estado de S. Paulo" nesta quinta-feira, Blatter adianta um pouco do teor do livro "Ma Verité" ("Minha Verdade"), que o dirigente apresenta na próxima semana em Paris. Sobre a organização de 2014, o suíço diz que não partiu da Fifa a decisão de substituir o Morumbi por Itaquera como estádio de São Paulo na Copa.

"Não cabia a mim estar de acordo ou não. Isso foi uma decisão do Comitê Organizador brasileiro que, como foi apresentado, a Fifa apenas acatou. Talvez não tenha sido a melhor solução. Já havia um estádio e agora sei que esse estádio causou uma série de problemas. Não é bom. Agora é arrumar isso. Mas não cabe a mim julgar", manifestou Blatter na entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Ameaça de bomba no dia da final no Maracanã

Na entrevista, o dirigente de 82 anos afirmou que a ideia inicial dos homens à frente do comitê brasileiro era ter 17 estádios na Copa de 2014. O suíço também disse lamentar o abandono do Maracanã após o Mundial. Blatter também revelou que recebeu uma ameaça de bomba horas antes da final entre Alemanha e Argentina – que chegou através de um telefonema em seu quarto, no hotel Copacabana Palace. 

"Naquela manhã, eu recebi uma ameaça de bomba para a final da Copa. Era um pouco antes das 7 horas da manhã. Essa ameaça eu transmiti às autoridades, que trataram rapidamente. Acharam a pessoa em São Paulo. Mas me disseram que eu deveria nunca dizer isso. Mas agora eu digo. Vivi aquele dia com o pressentimento de que algo poderia ocorrer", descreveu o ex-presidente da Fifa, que comandou a entidade de 1998 a 2015.

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