Ascensão de Salah transformou a vida de moradores de vilarejo no Egito
Nagrig é um vilarejo em Garbia, província egípcia no delta do Rio Nilo. A localidade, nos arredores da cidade de Bayoun, não é grande – mas se movimenta a cada jogo de futebol de Mohamed Salah, nome mais conhecido nascido por ali.
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Na temporada 2017/2018, Salah apresentou sua terra natal ao mundo. Com seus gols pelo Liverpool e pela seleção do Egito, virou o herói local. A escola onde se formou em Basyoun ganhou seu nome. E o jogador investiu parte de seu dinheiro para construir um hospital, uma mesquita, um centro comunitário e outra escola em Nagrig, além de doar dinheiro a famílias pobres e ter oferecido uma máquina de hemodiálise a um hospital da região.
Por isso, os moradores do vilarejo param para ver o astro na TV. No dia 2 de maio, segundo o site da rede de TV norte-americana FOX News, cerca de 200 pessoas se apinharam em um café local para assistir à derrota do Liverpool para a Roma por 4 a 2 nas semifinais da Liga dos Campeões – como o time inglês havia vencido o jogo de ida por 5 a 2, avançou à final da competição contra o Real Madrid.
As cenas de Nagrig, onde animais dividem as estradas com motocicletas e carroças, têm se tornado comuns em todo o Egito. Por ali, jovens jogam futebol descalços – a quadra onde o atacante jogava quando jovem se encontra tomada por entulhos.
“Cinco ou seis anos atrás, poucas pessoas daqui tinha interesse em futebol europeu”, conta Shady Dawoud, morador local, à FOX News. Aos 30 anos, ele tem parentesco distante com o ídolo da seleção egípcia.
“Agora, quase todo mundo no vilarejo, os velhos e os jovens, sabem sobre Liverpool e Roma, assim como o calendário dos jogos de Salah. Muita coisa mudou por conta de Salah”, completa.
Há camisas de times espanhóis entre os adolescentes locais, mas a camisa do Liverpool é maioria. O rosto de Salah aparece pintado em paredes e o nome do atacante é assunto presente nas conversas dos orgulhosos residentes. O futebol virou uma aposta de famílias no futuro de crianças e adolescentes.
“Ele fez muito por nosso vilarejo. As pessoas sabem de algumas coisas, mas muitas outras ninguém fica sabendo a respeito”, diz Ibrahim Ramadan, comerciante local. “Honestamente, sua família não mudou nada desde que Salah se tornou um astro. Eles continuam humildes.”
O momento de adoração de Salah no Egito dá ao país, segundo a FOX News, “esperança e alegria no momento em que a maioria sofre para encontrar subsistência em meio às dificuldades causadas pelo ambicioso programa de reforma econômica para reviver a combalida economia”. Nas eleições presidenciais do país em março, seu nome apareceu como um dos mais votados, mesmo que em forma de protesto.
“Salah não é mais apenas um jovem e talentoso jogador de futebol. Ele é um símbolo de eficiência, resiliência, respeito, aprendizado, moral e moderação religiosa”, descreve Imad Hussein, editor do jornal Al-Shorouk. “Ele apresenta uma imagem brilhante de egípcios, árabes e muçulmanos. É uma imagem que a maioria de nós é incapaz de oferecer.”
Ausente da Copa do Mundo desde que participou em 1990, o Egito volta ao torneio em 2018. O time está no Grupo A, ao lado de Rússia, Arábia Saudita e Uruguai. A estreia egípcia acontece em 15 de junho, diante dos uruguaios, em Ekaterinburgo.
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