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ONG denuncia falta de direitos humanos na Rússia e pede que Fifa interceda

Cosmos Arena, também chamada de Samara Arena, sediará jogos da Copa do Mundo na Rússia - Divulgação/FC Krylia Sovetov Samara
Cosmos Arena, também chamada de Samara Arena, sediará jogos da Copa do Mundo na Rússia Imagem: Divulgação/FC Krylia Sovetov Samara

Da EFE, em Berlim

15/05/2018 11h56

A ONG Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta terça-feira que a Copa do Mundo da Rússia, que começa em um mês, será realizada em um momento no qual o país anfitrião vive "a pior crise de direitos humanos desde a era soviética", ao mesmo tempo que pediu que a Fifa faça valer sua influência perante as autoridades russas.

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O torneio, que será disputado entre junho e julho em 11 cidades russas, acontece em um "ambiente hostil e de deterioração para os direitos humanos", ressalta a organização em comunicado divulgado desde Berlim por ocasião da publicação de um guia de 44 páginas sobre a matéria e destinado aos jornalistas que cobrem o evento.

A HRW lembra que as autoridades russas "usam de maneira habitual leis restritivas para reprimir as liberdades de reunião, de associação e de expressão" e que "os funcionários do governo empregam mão dura contra a oposição mediante a aplicação de leis repressivas e aumentando a censura na internet".

Por isso, a Fifa deveria fazer valer sua influência perante as autoridades russas para abordar abusos contra os direitos trabalhistas - também em obras relacionadas com o Mundial -, a restrição de liberdades fundamentais e a contínua repressão aos ativistas pró direitos humanos.

A HRW pediu, além disso, que a Fifa interceda pelo veterano jornalista esportivo Hajo Seppelt, da televisão pública alemã ARD, que tinha informado amplamente sobre o escândalo de doping na Rússia e que foi excluído do Mundial depois que o país anfitrião lhe negou o visto.

"A Fifa ainda tem tempo de demonstrar que está disposta a fazer valer sua influência perante o Governo russo para cumprir com suas próprias políticas de direitos humanos. É no interesse garantir que este lindo jogo não seja manchado por um ambiente desagradável de discriminação e repressão", declarou o diretor da HRW para a Europa e a Ásia Central, Hugh Williamson.

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