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Copa 2018

Scolari revela mágoa com Galvão Bueno e ataca: "Se acha o todo poderoso"

reprodução/SporTV e Xinhua/Liu Dawei
Imagem: reprodução/SporTV e Xinhua/Liu Dawei

Do UOL, em São Paulo

04/05/2018 23h15

Técnico campeão com a seleção brasileira em 2002 e também na fatídica Copa de 2014, quando perdeu por 7 a 1 da Alemanha, Luiz Felipe Scolari foi o convidado do programa No Ar com André Henning, no Esporte Interativo, nesta sexta (4). Entre outros assuntos, Felipão confessou ter uma mágoa grande com o narrador Galvão Bueno, da Globo.

Scolari afirmou que se nega a conversar com Galvão, por quem se julga injustiçado na avaliação do 7 a 1. Além disso, Felipão criticou a postura do narrador com a seleção, dizendo que ele se acha "o todo poderoso".

"Teve um colega teu, de TV, que passou dez minutos depois do jogo apontando pra mim. Hoje eu não falo para esse senhor, no caso, o Galvão Bueno. Enquanto ele achar que é o todo poderoso, um deus, e que pode fazer aquilo que fez comigo, me jogando contra a torcida... Eu fico aqui. Cada um na sua. Eu não devo nada, cada um faz o seu trabalho e segue sua vida", disse ele.

Inevitavelmente, o 7 a 1 foi assunto. Scolari deu a entender que não aprovava a Granja Comary como local de preparação para a Copa do Mundo de 2014, mas foi convencido pelo presidente José Maria Marin, então mandatário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

"Em 2014, nós fizemos todas as reformas físicas possíveis, mas era tudo aberto. Em 2002 foi aberto também, mas foi do outro lado do mundo [Japão e Coreia do Sul]. Todo mundo fazia o que queria. Eu fiz lá porque o Marin disse que aquilo seria usado por depois por diversas seleções, mas foi difícil", comentou.

Felipão continua defendendo a equipe que levou a campo na semifinal contra a Alemanha. "Naquele dia, nada deu certo. Nem pra mim, nem pra eles. Tem muitos jogadores daquele grupo que estão aí hoje. Nós tivemos erros naquele jogo que não errávamos nem em treino", afirmou.

"Hoje, se tu ver (sic) o Kross chutar de fora da área de pé esquerdo, ele não vai fazer o gol em ninguém. Naquele dia, foram três gols em seis minutos. Quando caiu a ficha, a coisa já estava feia. Até os dez, quinze minutos de jogo, nós tivemos duas chances. Poderia não ficar tão ruim", concluiu o técnico.

O treinador ainda revela que Marin teria insistido para mantê-lo no cargo após a Copa. "Antes do jogo contra a Holanda [em disputa pelo terceiro lugar do Mundial], o Marin disse 'Felipe, o que aconteceu foi um desastre. Tu vai ficar? Tu queres ficar?’. Eu disse que não valia a pena continuar nessa situação, não vale a pena", contou.

Em outro momento da entrevista, Felipão confirmou que foi contatado pelo Atlético Mineiro, no início desde ano, para assumir o time. Porém, na ocasião, tinha decidido se afastar do futebol por um período. Ele não descarta futuras novas conversas.

"Atlético Mineiro me procurou. Nós conversamos uma situação dois meses atrás, mas disse que antes de abril, eu não ia conversar nada. Mais tarde chegamos a conversar, mas o menino [Thiago Larghi] está trabalhando. Quem sabe no futuro, se eu ficar no Brasil e se eles quiserem, eu posso conversar de novo", comentou o técnico.

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