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"Não dei escolha ao Zagallo": Ronaldo sobre presença na final da Copa-98

Ronaldo falou sobre o episódio da convulsão antes da final da Copa de 98 - Reprodução
Ronaldo falou sobre o episódio da convulsão antes da final da Copa de 98 Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

03/04/2018 10h24

Mesmo após sofrer uma convulsão antes da final da Copa do 98, Ronaldo entrou em campo pela seleção brasileira para o jogo contra a França. O ex-jogador foi vetado pelos médicos na época, mas, ao ir para o Stade de France, ele insistiu e conseguiu o aval do técnico Zagallo.

“Depois dos exames fomos para o estádio já com o recado do Zagallo que eu não jogaria. Mas eu cheguei no estádio e mostrei os exames ao Zagallo e disse que eu queria jogar. Não dei escolha a ele. Eu não queria faltar com o meu país, com a minha honra. Sentia que tinha condições de jogar. Mas de qualquer maneira estava lá para fazer meu papel”, declarou Ronaldo em um documentário da revista “FourFourTwo”.

Ronaldo ainda contou que não se lembra do que aconteceu e que não sentiu nada após o incidente. Para ele, era como a convulsão nunca tivesse ocorrido.

“Depois do almoço, eu resolvi descansar e a última coisa que eu lembro é de eu indo para a cama. Depois eu tive a convulsão. Ninguém quis me contar o que tinha acontecido na hora. Só depois que me contaram do ocorrido e disseram que eu estava fora da final. Todos os exames foram feitos e nada foi comprovado”, contou Ronaldo.

Médico americano falou que Ronaldo nunca voltaria a jogar após lesão no joelho

Ronaldo sofreu muito com lesões durante sua carreira e quase perdeu a Copa do Mundo de 2002 por conta um problema grave no joelho. A lesão foi em abril de 2000, quando o Fenômeno defendia a Inter de Milão e rompeu totalmente o tendão patelar na tentativa de um drible em jogo contra a Lazio.

Em meio à recuperação após a cirurgia feita pelo médico francês Gérard Saillant, Ronaldo foi a um médico norte-americano, que chegou a dizer que o ex-jogador nunca mais iria retornar aos gramados.

“A minha casa caiu. Lembro que até o oitavo mês da recuperação não tinha completado 100 graus de flexão do joelho. Eu fui aos EUA, em um médico renomado, e ele disse que não haveria possibilidade de eu jogar daquele jeito e que precisaria de outra intervenção cirúrgica para melhorar a flexão”, disse Ronaldo.

“Me internei em uma clínica na França depois disso e fazia exercícios diariamente. Minha cabeça era totalmente voltada para a minha recuperação”, acrescentou.

Ronaldo teve medo de convulsionar na final da Copa-2002 e se aconselhou com Dida

Mesmo sem se lembrar claramente de tudo o que aconteceu, Ronaldo ficou com trauma do episódio da convulsão antes da final da Copa de 98. Com isso, o Fenômeno sentiu muito medo momentos antes da decisão do Mundial de 2002 e quem o ajudou foi o goleiro Dida.

“Eu estava receoso de dormir depois do almoço. Então eu fiquei procurando amigos para poder conversar. Só encontrei o Dida acordado e fiquei conversando com ele. Ele foi muito carinhoso e ficou conversando comigo, me distraindo. Porque toda a vez eu lembrava da final da Copa de 98 e o episódio da convulsão. Chegando no estádio, o meu medo passou. Conseguimos o título e todos os traumas foram embora”, disse.

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