Japonês "boa praça" era obcecado pela Espanha e é aposta para a Copa
Quando o Kashima Antlers chegou à final do Mundial de Clubes de 2016 para enfrentar o Real Madrid, o duelo virou um cenário perfeito para Gaku Shibasaki. Não só pela possibilidade de título, mas principalmente pela vitrine. Como o meio-campista do time japonês tinha o sonho de jogar no futebol espanhol, a partida era sua chance de ouro. E ele aproveitou muito bem.
Depois de Benzema abrir o placar para o Real, Shibasaki fez os dois gols da virada do Kashima. O problema é que Cristiano Ronaldo empatou novamente o jogo e, na prorrogação, os espanhóis triunfaram por 4 a 2. Mas o japonês havia feito sua parte.
Em fevereiro de 2017, Shibasaki foi apresentado como reforço do Tenerife na segunda divisão da Espanha, com contrato até o fim da temporada europeia. Só um fator não estava nos planos do jogador: a dificuldade de adaptação ao novo país.
Logo nos primeiros dias, o japonês enfrentou sérios problemas estomacais que o impediram até de treinar. Ele estava vivendo sozinho em um hotel, sem ter nenhum conhecido por perto. Seu afastamento do time resultou até em notícias de que ele havia desistido de seu sonho e iria retornar ao Japão.
“Foi bem complicado para ele nos primeiros dias, mas ele pediu permissão para encontrar uns amigos em Barcelona e voltou parecendo outra pessoa”, recordou Omar Perdomo ao “El Mundo”.
A partir daí, Shibasaki mergulhou na cultura local. Afinal, desde pequeno o meio-campista já estudava o básico da língua espanhola. Recusou a presença de intérprete e não quis estudar inglês para poder focar só no idioma local.
O resultado em campo também foi positivo. Ele terminou a temporada espanhola como titular do Tenerife, que perdeu a vaga na elite no último jogo, caindo diante do Getafe na final pelo acesso. Mas nem deu tempo de Shibasaki voltar ao futebol japonês. O próprio Getafe, agora na primeira divisão, o contratou por quatro anos. Ele é o camisa 10 do time.
“Ele parece uma esponja: absorve todas as informações rapidamente e logo entende o que o treinador quer”, elogia Ramón Planes, diretor esportivo do Getafe.
Assim como Perdomo, Aarón Ñíguez, outro ex-companheiro do japonês, ajuda a traçar o perfil do japonês fora de campo. Segundo eles, Shibasaki é tão solidário e preocupado com os demais, deixando suas preferências de lado, que os espanhóis têm certa dificuldade de entendê-lo.
Atualmente com 25 anos, Shibasaki estreou pela seleção principal em 2014 e agora é presença frequente nas convocações. A imprensa local o define como uma das principais apostas para a Copa do Mundo na Rússia. Por isso, jornalistas japoneses o acompanham semanalmente na Espanha desde que ele chegou ao Getafe. Na Rússia, ele poderá ter outra chance de ouro.
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