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Copa 2018

Até reserva vira capitão. O que representa a braçadeira na seleção de Tite?

Willian e Tite concedem entrevista antes do amistoso com o Japão; meia será capitão mesmo sem o perfil "ideal" - Pedro Martins/Mowa Press
Willian e Tite concedem entrevista antes do amistoso com o Japão; meia será capitão mesmo sem o perfil "ideal" Imagem: Pedro Martins/Mowa Press

João Henrique Marques e Pedro Ivo Almeida

DO UOL, em Lille (França)

09/11/2017 20h00

A prática não chega a ser novidade. Evitando dar peso excessivo a um jogador e “distribuindo a liderança” entre os jogadores, como gosta de frisar, Tite reveza a braçadeira de capitão entre os atletas da seleção. Já era assim no vitorioso Corinthians que comandou. Só que na seleção, com um calendário mais enxuto, a representatividade da faixa no braço vai além.

Tite afirma que a seleção tem vários líderes, cada um com seu perfil, o que é verdade. Neste contexto, a faixa serviu como instrumento de gestão pessoal. Um argumento a mais para ganhar um grupo repleto de estrelas.

Até mesmo reservas assumem o posto. Um jogador sem características natas de liderança com a braçadeira ajuda a explicar o processo. É o caso de Willian, que será o capitão no amistoso desta sexta-feira (10), contra o Japão, em Lille (França). O meia do Chelsea admite: “Não sou muito de falar”, comenta, sabendo que não é naturalmente o indicado para a capitania.

Só que é com esse gesto que Tite, indiretamente, ganha respeito de todos e afaga quem nem sempre surge como um destaque. A faixa no braço de Willian é um prêmio, um reconhecimento a alguém que era um dos símbolos da era Dunga, perdeu a vaga de titular no começo do trabalho e hoje recuperou sua importância, sendo praticamente o 12º jogador e arma fundamental para mudar jogos.

Já fora assim com Filipe Luís, premiado pelo desempenho em treinos e postura. Fernandinho, então reserva, ainda não tinha vaga entre os titulares, mas ganhava chance com o capitão em momento que Tite queria premiar outro homem seu de confiança no banco.

E na Copa?

E o elogiado rodízio também utilizado como método para gestão de grupo seguirá assim até a Copa do Mundo de 2018. Após “fechar” o grupo com esses pequenos gestos, Tite espera ter um time consolidado e suas lideranças de fato potencializadas na Rússia.

No Mundial, a ideia é trabalhar com três ou quatro nomes se revezando com a braçadeira. Por ora, na cabeça da comissão técnica, os principais líderes são Daniel Alves, Miranda e Neymar. Nomes como Thiago Silva e Casemiro também ganham mais corpo para a função.

Na próxima terça, contra a Inglaterra, em Londres, novo capitão. E nova chance de Tite premiar um atleta e “potencializar” sua liderança. No time titular atual, apenas Alisson e Gabriel Jesus ainda não assumiram tal função.

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