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Sylvio Coutinho/Divulgação

Consideradas entre as mais avançadas, obras no estádio seguirão paradas

16/06/2011 - 08h30

Operários não aceitam primeira proposta e decidem manter greve no Mineirão

Fernando Faro
Em São Paulo

FALTAM ATÉ BANHEIROS

Além de cobrar melhores salários, funcionários afirmam que as condições de trabalho são tão ruins ao ponto de faltarem banheiros e água no local

Os operários do Mineirão decidiram manter a greve iniciada nesta quarta-feira em busca de melhores salários e condições de trabalho mais dignas.

Liderada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de BH e Região, a manifestação aconteceu do lado de fora do estádio e contou com ampla adesão dos trabalhadores. A Minas Arena, consórcio responsável pela reforma, nega as acusações e afirma manter o canal aberto ao diálogo.

Ao UOL Esporte, o presidente do sindicato, Osnir Ventura, afirmou que foram oferecidas algumas melhorias, mas o reajuste salarial sugerido foi de R$ 60 reais, o que fez as conversas serem suspensas.

“Isso dá dois reais por dia e os trabalhadores não aceitam isso. Ou aparecem com uma proposta melhor ou vamos todos continuar parados até essa situação ser resolvida”, afirmou.

O QUE CONTINHA A PRIMEIRA PROPOSTA OFERECIDA AOS TRABALHADORES

A Secopa encaminhou uma nota à imprensa com os primeiros termos acordados entre a Minas Arena e os trabalhadores. Além do fornecimento de cesta básica e participação nos lucros (proporcional ao tempo de serviço na obra), o consórcio se comprometeu a apresentar uma proposta de reajuste salarial e de horas extras em até cinco dias e apresentação de um plano de saúde até o fim do mês

Atualmente os trabalhadores recebem R$ 926 (oficiais) e R$ 605 (serventes) e 60% por hora extra. Eles pedem um aumento de para R$ 1250 e R$ 850, respectivamente, além de hora extra de 100% e uma cesta básica de 35 kg. Os valores, segundo Ventura, são negociáveis.

"Se oferecerem um salário próximo e benefícios melhores, é nossa obrigação levar para a assembleia", explicou.

Por meio de comunicado, a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo informou que a Minas Arena - consórcio que conduz as obras - já chegou aos termos que julga aceitáveis para os trabalhadores e espera o retorno imediato de todos ao trabalho. De acordo com a nota, cerca de 60% dos funcionários seguem normalmente as suas atividades no estádio, informação negada pelo sindicato.

"O que existe lá são alguns trabalhadores autônomos que estão com caminhões lá, mas posso garantir que os operários mesmo foram embora e não trabalham desde ontem", disse Ventura.

Mineirão caminha a passos lentos com greve
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