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Sylvio Coutinho/Divulgação

Obras do Mineirão seguem o cronograma inicial, mas agora são ameaçadas pela greve

15/06/2011 - 21h07

Sindicato desaprova reunião e diz que greve no Mineirão deve seguir; consórcio se defende

Carlos Padeiro*
Em São Paulo

Membros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção de BH e Região saíram insatisfeitos da primeira reunião com a Minas Arena, consórcio responsável pela reforma do Mineirão para a Copa do Mundo de 2014, e apontam como tendência a continuidade da greve a partir desta quinta-feira.

Já a Secretaria Extraordinária de Copa do Mundo de Minas adotou outra postura. Em nota oficial, avisou que a Minas Arena acredita no retorno aos trabalhos já nesta quinta.

Nesta quarta, os operários paralisaram as obras no estádio para reivindicar um aumento salarial e melhores condições de trabalho.

No início da noite, houve um encontro para discutir os problemas. Segundo o presidente do sindicato, Osnir Ventura, apenas parte das solicitações foi atendida e uma assembleia entre os trabalhadores decidirá se a  greve segue ou se os trabalhos voltam a partir desta quinta.

“Na parte financeira não houve avanço. Eles concordaram apenas nas condições de trabalho, como cesta básica, alimentação, banheiros... Amanhã [quinta], às 6h, vamos discutir em assembleia”, informou Ventura ao UOL Esporte.

“Na reunião, a empresa Minas Arena chegou a um acordo prévio com os sindicalistas sobre: fornecimento de cesta básica; pagamento de participação nos lucros proporcional ao tempo de serviço na obra; abono do dia de paralisação dos que se ausentaram da obra; apresentação de uma proposta de plano de saúde até o final de junho; apresentação de uma proposta de aumento de salário e valor das horas extras em cinco dias”, noticiou a Secretaria.

O sindicalista apresentou outra avaliação. “A tendência é continuar a greve. Essa é a minha opinião e a da nossa comissão, formada por um advogado e mais três operários. O trabalhador é imediatista, precisa de dinheiro. Se tem aumento, aumenta o 13º, a hora extra, o fundo de garantia. Com dinheiro, pode até abrir mão da cesta básica.”

Atualmente, os operários recebem R$ 926 (oficiais) e R$ 605 (serventes), mais 60% por hora extra. Eles pedem um aumento para R$ 1250 e R$ 850, respectivamente, além de hora extra de 100% e uma cesta básica de 35 kg.

Durante o dia, a empresa responsável pela reforma negou as acusações de falta de banheiros e água e disse que segue padrões de qualidade e segurança.

Houve ainda um conflito de informações em relação à greve. Segundo o sindicalista, a grande maioria dos trabalhadores parou suas atividades. Apenas cerca de 30 funcionários ficaram dentro da obra, em uma “operação-tartaruga”, como classificou Ventura.

Já a Secretaria publicou que "cerca de 40% dos operários que trabalham na modernização do Mineirão fizeram uma paralisação e apresentaram algumas reivindicações. Apesar da mobilização, a obra continuou com avanços na terraplenagem na área externa e fundações na área interna." 

*Atualizado às 22h20

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