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28/04/2011 - 17h40

Comitê de BH da Copa 2014 desconsidera acusação feita pela ONU

Guyanne Araújo
Em Belo Horizonte
  • Tiago Lacerda (1º à esquerda) diz que remoções de moradores para obras da Copa 2014 vão continuar

    Tiago Lacerda (1º à esquerda) diz que remoções de moradores para obras da Copa 2014 vão continuar

Presidente do Comitê Executivo Organizador da Copa do Mundo de Belo Horizonte, Tiago Lacerda, rebateu a relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, que incluiu a capital mineira entre as cidades-sedes da Copa do Mundo a praticar desalojamentos forçados que estariam violando os direitos humanos.

De acordo com Tiago Lacerda, o Comitê Executivo Organizador da Copa do Mundo em Belo Horizonte não levará em consideração a informação da relatora. “Não tem nada. Ela solicitou paralisação de remoção. Nada disso vai ser feito aqui. O que ela falou para a gente, não vamos nem considerar”, ressaltou.

Ao rebater as acusações da relatora ele ainda disse enfático: “Ela está enganada em relação aos dados que ela falou de Belo Horizonte”. Tiago Lacerda fez essas declarações após o almoço oferecido a 300 trabalhadores das obras no Mineirão, na tarde desta quinta-feira. Ele representou ainda o prefeito no evento.

A relatora revelou em sua análise que já foram feitos vários despejos de inquilinos sem que se tenha dado às famílias tempo para propor e discutir alternativas. Segundo informações do site da ONU, Raquel afirmou que enviou uma carta ao governo brasileiro, em dezembro, mas que ainda não recebeu resposta. Para Rolnik, a divulgação do comunicado deverá abrir um debate sobre as alegações.

Segundo a relatora as comunidades afetadas estariam em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza. Na capital mineira, Raquel Rolnik afirmou que cerca de 2,6 mil famílias estariam sendo ameaçadas com a remoção.

Segundo Tiago Lacerda, esse número a que Raquel se referiu é de obra do anel rodoviário que nem está na matriz de responsabilidade da Copa. “Não tem nada a ver com Copa do Mundo. Todas as remoções estão sendo feitas para obras que estão na matriz de responsabilidades seguem estritamente a legislação. Peritos avaliam os imóveis e os moradores são pagos da forma como é determinada pela Justiça”, garantiu.

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