O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentou, nesta quinta-feira, um estudo que mostra que a maioria dos aeroportos não estarão prontos para receber a Copa do Mundo em 2014. A pesquisa avaliou a infra-estrutura de 13 cidades que receberão voos durante a competição e mostrou que, mesmo que as obras previstas saiam do papel, a maior parte dos locais atuará com sobrecarga durante o evento.
“Mesmo que fosse possível concluir os investimentos, o que não acreditamos, os aeroportos continuariam com sobrecarga. Dez desses 13 aeroportos já estariam operando acima de 100% da sua capacidade”, disse Carlos Campos Neto, coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos do Ipea.
Aeroporto | Movimentação* | Capacidade* | Sobrecarga* |
Manaus | 4,0 | 5,0 | 79,2% |
Fortaleza | 7,4 | 6,0 | 123,8% |
Brasília | 20,7 | 18,0 | 115,1% |
Guarulhos | 39,2 | 35,0 | 112,0% |
Salvador | 11,0 | 10,5 | 105,1% |
Campinas | 7,4 | 11,0 | 66,8% |
Cuiabá | 3,1 | 2,8 | 111,6% |
Confins | 10,6 | 8,5 | 125,1% |
Porto Alegre | 9,8 | 8,0 | 122,2% |
Curitiba | 8,4 | 8,0 | 105,6% |
Galeão | 17,9 | 26,0 | 68,9% |
Natal | 3,5 | 1,9 | 186,0% |
Recife | 8,7 | 8,0 | 108,6% |
O órgão, que é ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, fez uma projeção de quantas pessoas passarão por cada um dos 13 aeroportos que foram avaliados. Além disso, comparou com a capacidade que cada um promete ter em 2014. O resultado foi catastrófico.
Dez deles atuarão acima da sua capacidade, ou seja, com sobrecarga. Entre eles, estão os aeroportos de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, cidades-chave na organização da Copa do Mundo. O Galeão, no Rio de Janeiro, é das poucas exceções e avaliza a escolha da capital fluminense para a final da competição.
O estudo também mostrou que o cenário pode ser ainda pior. Segundo o Ipea, as reformas previstas podem não acontecer a tempo. Nove dos 12 aeroportos terão dificuldade com os prazos, o que pode fazer com a capacidade apresentada na projeção ideal se torne menor. O Ipea considerou o prazo médio para elaboração de projetos, obtenção de licenças, realização de licitações e início do serviço.
Diante desses critérios, Manaus (AM), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campinas (SP) e Cuiabá (MT) estariam nas piores condições. Os sete ainda sequer terminaram de elaborar os projetos para as reformas.
Confins (MG) e Porto Alegre (RS), por sua vez, devem demorar cerca de seis anos e meio até que as obras sejam concluídas. Nenhum desses aeroportos, portanto, deve concluir suas obras a tempo.
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