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14/04/2011 - 11h18

Mesmo após obras, aeroportos não comportarão a Copa do Mundo de 2014, diz Ipea

Do UOL Esporte
Em São Paulo

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apresentou, nesta quinta-feira, um estudo que mostra que a maioria dos aeroportos não estarão prontos para receber a Copa do Mundo em 2014. A pesquisa avaliou a infra-estrutura de 13 cidades que receberão voos durante a competição e mostrou que, mesmo que as obras previstas saiam do papel, a maior parte dos locais atuará com sobrecarga durante o evento.

“Mesmo que fosse possível concluir os investimentos, o que não acreditamos, os aeroportos continuariam com sobrecarga. Dez desses 13 aeroportos já estariam operando acima de 100% da sua capacidade”, disse Carlos Campos Neto, coordenador de Infraestrutura Econômica da Diretoria de Estudos do Ipea. 

VEJA A TABELA COMPLETA COM OS DADOS DA PESQUISA DO IPEA

Aeroporto Movimentação* Capacidade* Sobrecarga*
Manaus 4,0 5,0 79,2%
Fortaleza 7,4 6,0 123,8%
Brasília 20,7 18,0 115,1%
Guarulhos 39,2 35,0 112,0%
Salvador 11,0 10,5 105,1%
Campinas 7,4 11,0 66,8%
Cuiabá 3,1 2,8 111,6%
Confins 10,6 8,5 125,1%
Porto Alegre 9,8 8,0 122,2%
Curitiba 8,4 8,0 105,6%
Galeão 17,9 26,0 68,9%
Natal 3,5 1,9 186,0%
Recife 8,7 8,0 108,6%
  • *Em 2014.
    **Valores em milhões de pessoas

O órgão, que é ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, fez uma projeção de quantas pessoas passarão por cada um dos 13 aeroportos que foram avaliados. Além disso, comparou com a capacidade que cada um promete ter em 2014. O resultado foi catastrófico. 

Dez deles atuarão acima da sua capacidade, ou seja, com sobrecarga. Entre eles, estão os aeroportos de São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre, cidades-chave na organização da Copa do Mundo. O Galeão, no Rio de Janeiro, é das poucas exceções e avaliza a escolha da capital fluminense para a final da competição.

O estudo também mostrou que o cenário pode ser ainda pior. Segundo o Ipea, as reformas previstas podem não acontecer a tempo. Nove dos 12 aeroportos terão dificuldade com os prazos, o que pode fazer com a capacidade apresentada na projeção ideal se torne menor. O Ipea considerou o prazo médio para elaboração de projetos, obtenção de licenças, realização de licitações e início do serviço.

Diante desses critérios, Manaus (AM), Fortaleza (CE), Brasília (DF), Guarulhos (SP), Salvador (BA), Campinas (SP) e Cuiabá (MT) estariam nas piores condições. Os sete ainda sequer terminaram de elaborar os projetos para as reformas.

Confins (MG) e Porto Alegre (RS), por sua vez, devem demorar cerca de seis anos e meio até que as obras sejam concluídas. Nenhum desses aeroportos, portanto, deve concluir suas obras a tempo. 

 

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