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Mauricio Lima/AFP

Ricardo Teixeira e Ronaldo conversam em evento realizado no Museu do Futebol

16/02/2011 - 16h47

Ronaldo fala como político sobre 2014 e é paparicado por CBF e governantes

Alexandre Sinato
Em São Paulo

Apenas dois dias depois de se aposentar como jogador, Ronaldo mostrou seu outro lado. Com camisa social e discurso de político, o agora ex-atacante prometeu que ajudará São Paulo a ser uma das maiores sedes da história das Copas do Mundo e recebeu paparicos de todos os lados em evento no Museu do Futebol, em São Paulo.

Termos como “fenômeno”, “exemplo” e “experiência” saíram aos montes das bocas de personalidades como o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Gilberto Kassab e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, além do apresentador do encontro que lançou publicação sobre os candidatos paulistas a sedes de treino na Copa.

HINO PALMEIRENSE E PERSEGUIÇÃO A ANDRÉS

O evento do comitê paulista da Copa lançando as sedes a treino teve algumas gafes e momentos de diversão. O fato mais inusitado foi quando um celular com hino do Palmeiras tocou. O governador Geraldo Alckmin, então, disparou: “isso é coisa do Andrés”, em referência ao presidente corintiano Andrés Sanchez.

Acertar o nome do dirigente, inclusive, foi quase impossível para os demais presentes. Presente na plateia do Museu do Futebol, ele foi chamado de “André” pelo menos três vezes.

O corintiano também foi bastante cornetado por Gilberto Kassab. O prefeito, em tom irônico, relatou que Andrés não dá paz nem trégua aos políticos e responsáveis paulistas pela Copa.

“O Andrés é brincadeira, tem muita energia. Tem alguém da Odebrecht aí? Se tivesse, ele já estaria cobrando todo mundo. O Andrés sempre me cobra, reclama com o governador. Fica tranquilo, presidente, vai dar tudo certo com o estádio do Corinthians”, brincou Kassab.

Presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, Ricardo Teixeira não colocou Ronaldo em seu discurso. Mas não precisou fazer isso para deixar clara a aproximação entre ambos.

Principalmente antes e no final da cerimônia, os dois travaram longos diálogos. Ricardo Teixeira e Ronaldo se abraçaram, deram risadas e conversaram ao pé do ouvido. O ex-atacante se distraiu tanto que estava virado para o lado contrário de Geraldo Alckmin quando o governador o nomeou oficialmente membro do comitê paulista da Copa.

A relação entre ambos volta a ser amistosa, mas já teve momentos de tensão e ofensas. O auge foi quando Ronaldo classificou de “circo” a preparação da seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. A pequena cidade suíça de Weggis, palco dos treinos, tornou-se uma grande festa e um símbolo do fracasso da equipe.

Ricardo Teixeira reagiu na oportunidade e revelou que jogadores chegavam bêbados durante a manhã nesse período em Weggis. Ronaldo não ficou quieto e chegou a classificar o dirigente de “falso”.

Hoje o discurso, a postura e a relação foram bem diferentes. “Durante muitos anos na seleção posso dizer com toda clareza que tivemos uma história maravilhosa e o Ricardo foi um dos melhores presidentes que já tive. Gostaria de agradecê-lo publicamente”, declarou Ronaldo, que negocia um jogo de despedida no meio do ano e espera envolver a CBF.

Alvo de afagos de políticos e dirigentes, o Fenômeno trocou abraço e sorriso também com Rodrigo Paiva, seu ex-assessor de imprensa pessoal e hoje diretor de comunicação da CBF. Eles romperam há alguns anos, mas foram cordiais no final do evento desta quarta-feira. A reaproximação de Ronaldo com a entidade é nítida.

A postura política do ex-atacante corintiano foi completada pelo discurso em prol de São Paulo na Copa de 2014, com direito a promessa grandiosa. “É uma honra ajudar São Paulo a ser a melhor sede da Copa de todos os tempos. Teremos muitas reuniões, ideias e agora espero contribuir fora do campo”, completou o maior artilheiro dos Mundiais (15 gols) e homenageado nesta tarde com a medalha do Mérito Esportivo do Estado de São Paulo.

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