Libra foi avisada de lacuna em critério de TV antes de briga com Flamengo
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A cúpula da Libra foi avisada que a regra para divisão do contrato do Brasileiro estava incompleta bem antes do início da disputa com o Flamengo. Isso ocorreu ainda em 2024 antes mesmo de Luiz Eduardo Baptista ser eleito no Rubro-Negro. A Libra ignorou o aviso.
A assessoria da Libra diz que não houve reunião privada para tratar do assunto.
A disputa entre Flamengo e Libra ocorre por causa do critério de audiência da divisão do contrato. São 30% do total de R$ 1,3 bilhão. Sem acordo, o clube entrou na Justiça e obteve o bloqueio de um total de R$ 77 milhões.
A regra básica de audiência foi estabelecida em setembro de 2024. Diz que a audiência de cada jogo seria dividida meio a meio por cada clube. E que haveria uma ponderação pelas receitas de cada plataforma, TV aberta, TV fechada e pay-per-view.
Só que o contrato não divide quanto é pago por cada uma dessas mídias.
O entendimento da diretoria anterior do Flamengo, comandada por Rodolfo Landim, é que assinou apenas uma premissa básica do critério de audiência em setembro de 2024, segundo apurou o blog. Havia uma necessidade de detalhar e determinar exatamente como funcionava esse critério.
Já a Libra tem repetido que o Flamengo aprovou um critério de audiência. E, em petição na Justiça, alega que o CEO da Liga, Silvio Matos, faria os cálculos dos pagamentos. Não há nenhuma ata que dê poder a ele para fazer uma fórmula.
Tanto que, no final de 2024, o advogado Flavio Zveiter, que é um dos fundadores da Libra, participou de uma reunião da comitê de direitos da Libra. Ele já tinha se afastado da entidade, e atualmente é vice-presidente da CBF.
No encontro, Zveiter avisou que para o presidente da Libra, Julio Casares (São Paulo), e então secretário-geral, Raul Guerrero (CEO do Bahia), que havia uma lacuna no critério de audiência. Explicou que, se não fosse feita uma completação, isso poderia gerar um questionamento judicial posterior do estatuto.
Por meio da assessoria do São Paulo, o presidente da Libra, Julio Casares, negou ter participado de conversa privada sobre uma lacuna no critério de audiência da Libra. O blog reafirma que houve o aviso ocorreu em comitê da Libra.
Avisados, os dois dirigentes entenderam que não havia problema e não fizeram nada. O estatuto nunca foi modificado neste item. A reunião foi confirmada por duas fontes diferentes envolvidas na conversa.
Em fevereiro de 2025, nova assembleia da Libra ratificou o estatuto com algumas modificações. Mas o item de divisão por audiência permaneceu inalterado. Internamente, a Libra alega que nesta reunião foi dado poder para o CEO determinar o critério. Isso não está escrito na ata, nem nas funções da empresa de Silvio Matos.
Em maio, a Libra convocou uma reunião para deliberar sobre os parâmetros de audiência. Em agosto, a convocação teve uma alteração e a assembleia passou a ser sobre proposta de mudança do Flamengo do critério de audiência.
Há uma votação e o Flamengo rejeitou a fórmula apresentada pela Libra, cenário 1. Já a Libra diz que o que foi rechaçado foi a mudança proposta pelo clube. Sem acordo, o Flamengo foi à Justiça do Rio.
A Libra foi procurada pelo blog para responder sobre o aviso em 2024. Depois de publicada a matéria, a assessoria da Libra negou a existência de uma reunião privada para discutir o assunto:
"A LIBRA nega categoricamente a existência de reunião individual entre seus dirigentes e o advogado Flávio Zveiter para tratar de lacunas estatutárias ou contratos. Todas as discussões sobre o tema foram realizadas em assembleias, de forma colegiada e institucional, com todos os clubes, dentro dos ritos previstos em estatuto."
Errata: Inicialmente, o blog publicou que o aviso se deu em uma reunião a parte sobre o assunto, quando na realidade o aviso ocorreu em encontro do Comitê de Direitos.




























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