Rodrigo Mattos

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Fluminense contraria a lógica do dinheiro com heroísmo para chegar à semi

Quem diz que dinheiro não ganha jogo no futebol nunca olhou uma tabela de comparação entre orçamentos e pontos nos campeonatos de elite. Em geral, os recursos financeiros têm efeito direto sobre os resultados.

O Fluminense era certamente o clube de menor orçamento nas quartas de final do Mundial de Clubes. Enfrentava um Al Hilal turbinado pelo dinheiro infinito do petróleo saudita. Havia um reflexo claro nos times titulares: os árabes tinham mais estrelas internacionais, Cancelo, Koulibally, Malcom, Milinkovic.

Esse tricolor formado por Renato, Portaluppi no entanto, tem desafiado a lógica neste Mundial. Já fora superior ao Borussia Dortmund, batera a Inter de Milão, ambos também mais endinheirados.

Contra o Al Hilal, o técnico voltou a optar pela formação com três zagueiros e três volantes. A diferença é que, desta vez, o adversário também era cauteloso.

O jogo era travado no primeiro. Tanto Fluminense quanto Al Hilal chegavam a fazer linha de cinco atrás para se defender quando o rival atacava. Houve seis conclusões no total, três de cada lado.

Mas o time carioca achou mais espaços na defesa saudita. Foi assim quando Cancelo errou uma espanada que sobrou no pé de Cano. A bola foi passada a Martinelli que cortou Milinkovic-Savic e chutou no ângulo de Bono. Fábio se encarregou de manter a vantagem na cabeçada de Koulibally.

A volta do segundo tempo não foi boa para o Fluminense. O Al Hilal espremeu o time rival na sua área em seguidas bolas aéreas. Picotava de lá para cá até que Marcos Leonardo fez o gol em apagão da defesa tricolor.

Era um momento de desorganização do time carioca, bem armado para a partida. Mas o Al Hilal, ao avançar, passou a dar espaços que não cedera antes.

Cano já poderia ter marcado o segundo quando entrou sozinho, mas Bono fez um milagre ao tira-lhe a bola. O lance ocorreu após passe muito equivocado de Renan Lodi. O time saudita, que jogara uma prorrogação nas oitavas, sentia o cansaço e passava a errar muito.

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Para renovar o fôlego, Renato trocava tocos os seus volantes, com as entradas de Lima, Hércules e depois Thiago Santos.

Pois foi Hércules que ganhou uma bola que o Al Hilal saia no contra-ataque. A bola parou na cabeça de Samuel Xavier que desviou para Hércules fazer o gol. Nova falha de Lodi. Se a defesa é um mérito tricolor, é preciso lembrar que o time tem criado chances contra adversários fortes. Teve 10 arremates contra os 11 do Al Hilal, a posse de bola também foi equilibrada.

Houve a pressão final do Al Hilal em bolas aéreas. Restou ao Fluminense aguentar o tenso final de jogo e festejar o feito histórico de surpreender a lógica do futebol moderno tão ligada à capacidade de recursos disponíveis.

Opinião

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