Rodrigo Mattos

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OpiniãoEsporte

Empate expõe quatro falhas do Palmeiras. E duas delas pesam contra Botafogo

Não é novidade para quem assiste ao Brasileiro: o Palmeiras é um time com dificuldade para jogar como time protagonista com a bola. E assim foi no empate para o Inter Miami.

Antes da partida, a vaga estava praticamente garantida. Uma igualdade daria à equipe alviverde a liderança do grupo.

De início, o Palmeiras tentava atacar com bolas aéreas, seja em cruzamentos, seja em cruzamentos laterais. O time norte-americano se defendia bem, formando as duas linhas de quatro, com Messi e Suárez sobrando no ataque.

Mais do que isso, o Inter Miami saía jogando e retinha a bola graças a um brilhante Busquets no meio-campo. Aí se via o problema número um alviverde: não pressionava o rival em seu campo. Faltava também um volante típico sem Aníbal Moreno.

A falta de intensidade chamou a atenção quando o rival manteve quase 3min de posse de bola lenta.

O gol do time norte-americano saiu após a segunda falha que tem sido constante no Palmeiras no Brasileiro. Sua transição defensiva é ruim quando está à frente e sofre o contra-ataque. Após escanteio, Suárez ajeitou para Allende que avançou sozinho para fazer.

Foi assim que o time paulista perdeu para Flamengo e Bahia, no Brasileiro. E também quase foi derrotado pelo Botafogo que desperdiçou vários contra-ataques.

As jogadas em transição rápida são a principal arma do Alvinegro carioca, adversário nas oitavas-de-final, neste Mundial.

Quando tinha a bola, pegando um adversário atrás, o Palmeiras tinha uma terceira falha: a falta de criatividade, aliada a um excesso de erros de passe. Tanto que o Inter Miami tinha um maior número de passes apesar da posse de bola ser parecida.

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Ora, o Botafogo tem se caracterizado neste Mundial por jogar com três volantes, fechado, e tentar reduzir os espaços do rival. Impôs dificuldades a um PSG mais criativo, nem tanto ao Atlético de Madrid quando sofreu 22 conclusões.

A volta do segundo tempo teve Maurício no lugar de Raphael Veiga. Na sequência, entrou Paulinho no lugar de Facundo Torres.

Os problemas táticos e técnicos, no entanto, continuam em campo. Além delas, havia uma quarta questão: o Palmeiras defendia mal a sua área, talvez fruto da falta de um volante.

Allende teve outra chance em escapada após erro defensivo. Perdeu o gol. Messi chutou duas vezes da entrada da área sem pressão. Até que Suárez entrou driblando e fez o segundo gol.

Liderado por veteranos, o Inter Miami cansava. Enfim, o Palmeiras conseguia exercer alguma pressão na base do volume de jogos. Tornava a partida um jogo de lá e cá, de transições, com privilégio ao físico.

Allan entrou bem e deu o passe para Paulinho fazer o gol, Maurício empatava em um chutaço. A resiliência é a qualidade do Palmeiras, nesta e em outras temporadas. Mas dificilmente será o suficiente se as outras falhas não forem corrigidas.

Opinião

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