Um dia de Mundial dá quatro sinais a times brasileiros sobre europeus
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Antes de qualquer Mundial da Fifa, há sempre uma discussão sobre o que o time brasileiro pode fazer no confronto com o clube europeu da vez. A Copa do Mundo de Clubes, no entanto, é uma experiência totalmente nova: há 12 times europeus, de diferentes patamares.
A realidade é que as análises prévias à competição tinham diversas lacunas: Os europeus jogariam à vera? Os times do velho continente de segunda prateleira teriam jogos mais equilibrados com os nacionais? Qual o efeito de jogos no meio do ano, e não no final?
Pois bem, neste domingo, duas partidas de equipes europeias deram alguns sinais para o restante do Mundial.
Esqueçamos o Bayern de Munique e Auckland, disputa entre um time da elite do futebol contra um amador.
Classificação e jogos
No meio da tarde, o PSG, campeão europeu, atropelou o Atlético de Madrid, time de enorme investimento e rendimento pobre. Por meia hora, impôs um jogo de 80% de posse de bola. Fez um gol com Fabian Ruiz.
Era em Los Angeles, no mesmo Rose Bowl onde Brasil e Itália fizeram uma final escaldante em 1994. O PSG tirou o pé pelo calor mesmo.
O time francês voltou a pressionar no segundo tempo e impôs sua maior qualidade. Mas o jogo, embora bom, não teve a mesma intensidade que se veria na Europa. Motivo: o calor.
Dois sinais: 1) os times europeus vêm, sim, jogar para valer, foi o que o PSG fez e o Atlético de Madrid também. 2) A temperatura de jogos no calor será um fator neste Mundial. Intuitivamente, pensa-se que é favorável a times latinos, mas a maioria dos europeus têm melhor reposição no banco, e algumas vezes elencos mais jovens.
Na sequência, Palmeiras e Porto faziam um duelo em que o sul-americano era o primo rico, o que mais tinha investido no seu elenco.
O jogo teve ótimo ritmo, boas chances dos dois lados, e o Palmeiras foi superior. No primeiro tempo, dá para dizer que o Alviverde foi um pouco melhor, pois teve as chances mais claras, mas também sofreu perigos.
Mas, na segunda etapa, quando Abel Ferreira trocou toda sua linha de frente com cinco mudanças, ficou claro que o Palmeiras tinha mais opções de elenco do que o Porto. O time paulista dominou, botou o rival nas cordas e não ganhou por falta de efetividade.
Mais duas lições do nosso domingo: 3) Se a diferença para a elite da Europa é grande, o topo da cadeia do Brasil tem equilíbrio com o segundo nível da Europa.
E há um sinal físico: 4) Os brasileiros sempre sofreram na final do Mundial Interclubes em dezembro por chegarem esfolados pela temporada, que no nosso caso é de 70 jogos. Embora atuem menos, os europeus é que vivem esse desgaste na atual edição do Mundial - o PSG não pareceu cansado.
Todos esses sinais não significam de nenhuma forma nem que os brasileiros serão capazes de enfrentar a elite (o PSG parece bem distante dos times nacionais), nem que estão descartados. Ajudam a preencher algumas das nossas dúvidas antes da competição.
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