Ancelotti abre mão de esquema com 4 atacantes usado em sacode na Argentina
Ler resumo da notícia

Sob a batuta de técnicos brasileiros, a seleção se acostumou a jogar com quatro atacantes.
Nas mãos de um italiano, o Brasil voltou ao esquema clássico com três jogadores no meio e três na frente.
Na estreia diante do Equador, o técnico Carlo Ancelotti escalou três meio-campistas de origem, Casemiro, Gerson e Bruno Guimarães —e manteve o seu time neste esquema até o final da partida.
Os treinadores brasileiros que estiveram à frente do time desde a Copa de 2022, Tite, Fernando Diniz e Dorival Jr, mostraram preferência por uma equipe com quatro jogadores ofensivos. Fazendo sempre com que um deles voltasse mais, atuando como meia —o objetivo sempre pareceu ter Neymar, Raphinha, Rodrygo e Vini Jr juntos. .
O Brasil jogou nesse esquema nas últimas seis partidas que disputou antes de Ancelotti, com Vini Jr., Rodrygo e Raphinha normalmente acompanhados de um centroavante, já que Neymar passava por uma longa recuperação de lesão.
A última vez com três meio-campistas foi em setembro, contra o Paraguai, quando Lucas Paquetá estava em campo ao lado de André e Bruno Guimarães —Raphinha não foi convocado naquela janela e Neymar ainda estava machucado.
Na despedida de Dorival, o time brasileiro tomou a goleada avassaladora da Argentina, 4 a 1, com roda de passe dos rivais. Aquele time tinha quatro atacantes e os dois volantes (primeiro André e Joelinton e depois João Gomes e Ederson), estavam atônitos olhando os argentinos.
A primeira vantagem desta formação fora de casa é óbvia: maior solidez ofensiva. Casemiro era referência à frente da área, não mais os dois volantes móveis. Gerson e Bruno recuavam para compor a segunda linha de quatro, ajudados por Estevão.
O Equador não perdeu em casa nas eliminatórias, e venceu quase todos os jogos. Contra o Brasil, teve poucas chances de gol, como destacou o próprio Ancelotti. Com os três no meio, o Brasil também quase empatou em posse de bola.
O problema foi a falta de criação ofensiva — Ancelotti falou em buscar um jogo com mais fluidez diante do Paraguai, na terça-feira, em São Paulo. E admitiu que se pode fazer mais na frente.
Com Bruno e Gerson (depois Andrey), houve a formação de triângulos para jogadas pelas laterais, com Estevão e Vanderson de um lado. Mas faltou entrosamento para isso sair de forma natural. Na melhor tentativa, Vinicius Jr. cruzou da ponta, Gerson fez um corta-luz e Casemiro bateu fraco.
Não há garantia de que o triângulo será mantido já que Raphinha volta certa ao time. Resta saber se o usará como um meia no lugar de um meio-campistas — e como vai posiciona-lo neste caso — ou abri-lo na ponta no lugar de Estêvão.
Também há a dúvida sobre Matheus Cunha ou Richarlison, já que o primeiro dá mais toque de bola e o segundo, presença na frente.
Como já chegou claro em sua chegada, Ancelotti adapta esquemas a seus jogadores. O que ele indicou, sim, é que quer um jogo mais sólido no meio (defensivo e ofensivo) e menos a propensão de acumular atacantes na última linha como fizeram os antecessores.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.