Clubes da Série A acumulam R$ 1,1 bilhão em prejuízo em 2024
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Os clubes do Brasileiro da Série A tiveram R$ 1,128 bilhão de prejuízo durante o ano de 2024.
O valor foi obtido em levantamento do blog em cima de 18 times - Botafogo e Mirassol não tiveram balanços publicados. Foi calculado tanto os times com superávit e o déficit: e o saldo negativo é esse acima de R$ 1 bilhão.
Dos 18 clubes da Série A, 13 acabaram o ano no vermelho. O maior déficit foi do Atlético-MG com um total de R$ 299 milhões. Foi seguido por São Paulo e Bahia, ambos com buracos também acima de R$ 200 milhões.
O Corinthians ficou pouco atrás com R$ 181,8 milhões no vermelho.
Entre os times com déficit, o Flamengo teve um valor menor do que R$ 1 milhão negativo. Ou seja, pode-se considerar que fechou o ano praticamente em estabilidade.
Houve cinco clubes que terminaram o ano no azul: Palmeiras, Red Bull Bragantino, Fluminense, Grêmio e Juventude. O maior superávit foi alviverde com R$ 198,2 milhões.
É preciso fazer uma ressalva que o Tricolor Gaúcho só teve superávit por uma questão contábil, a compra dos créditos do Banrisul com a Arena do Grêmio, estádio onde atua o Tricolor. Sem isso, também teria acabado o ano no prejuízo.
Ainda sob o ponto de vista contábil, é preciso observar que uma mudança na forma de contabilização do dinheiro da divisão de base teve impacto na conta do prejuízo. Antes, eram considerados investimentos registrados no intangível, e agora entram como gastos.
O prejuízo bilionário dos clubes ocorre apesar de um significativo aumento de receitas, puxado por contratos de patrocínios com bets e vendas de jogadores.
A receita total dos 18 clubes atingiu R$ 9,832 bilhões em 2024. Houve um crescimento de 17% em relação ao ano anterior.
No topo da lista de maiores receitas, continuam Flamengo e Palmeiras, seguido pelo Corinthians. Só esses três estão acima de R$ 1 bilhão em arrecadação.
A questão é que os custos e despesas operacionais subiram em um ritmo mais forte. Houve um aumento de 24% nos gastos. No total, atingiram R$ 8,136 bilhões.
Poderia se observar que os clubes gastam, portanto, menos do que arrecadam. O problema é o que não está na conta das despesas operacionais: os pagamentos de dívidas.
O item de custos financeiros, por exemplo, costuma ter bastante peso para clubes como Atlético-MG, São Paulo e Corinthians que têm dívidas altas de empréstimos e antecipações de dinheiro. Lembremos que os serviços das dívidas ficaram mais caros com o aumento dos juros por meio de reajustes na taxa Selic.
Ou seja, os clubes que aumentaram suas receitas perderam a oportunidade de usar o que sobrou para gerar caixa para abaixar os passivos e assim aliviar o futuro. Preferiram aumentar gastos, principalmente no futebol.
Não por acaso é voz corrente entre os clubes que o futebol brasileiro está excessivamente inflacionado.
Só uma regra de Fair Play, que estabelece controle de dívidas e de gastos sobre receitas, poderia começar a regular esse cenário que se encaminha para novas quebradeiras de clube. Já está claro que projetos de SAF não foram suficientes para resolver os problemas financeiros.
Veja abaixo a lista de resultados dos clubes:
Resultados dos clubes em 2024 - Total do resultado da Série A
Prejuízo
- R$ 1,128 bilhão
- 13 clubes no vermelho
- 5 clubes no azul
- 2 não apresentaram as contas
Superávits
- Palmeiras - R$ 198,2 milhões
- Fluminense - R$ 68,8 milhões
- Grêmio* - R$ 43 milhões
- Juventude - R$ 34,2 milhões
- Red Bull Bragantino - R$ 31 milhões
Déficits
- Atlético-MG - R$ 299 milhões
- São Paulo - R$ 287,6 milhões
- Bahia - R$ 246,5 milhões
- Corinthians - R$ 181,8 milhões
- Cruzeiro - R$ 112 milhões
- Santos - R$ 105,2 milhões
- Vasco - R$ 92,1 milhões
- Fortaleza - R$ 80,3 milhões
- Vitória - R$ 41,3 milhões
- Internacional - R$ 34,5 milhões
- Sport - R$ 16,6 milhões
- Ceará - R$ 5,7 milhões
- Flamengo - R$ 1 milhão
Não apresentaram
- Botafogo
- Mirasssol
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