Como nova regra na França criada para Textor pode afetar Botafogo
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A Ligue 1 prepara uma mudança na regra restritiva para relação de grupos de clubes (MCO) para a próxima temporada. O motivo é a insatisfação de parte dos times com as operações de John Textor no Lyon. O novo regulamento tende a ter impacto no Botafogo por conta de suas operações com o clube francês.
O registro do argentino Thiago Almada pelo Lyon, por meio de um empréstimo gratuito feito pelo Botafogo, é que gerou uma revolta em boa parte dos times da Ligue 1. O clube de Textor está sob transfer ban com punição por problemas em suas contas.
Houve questionamentos formais dos clubes Nice, Reims, Toulouse, PSG e Brest. A alegação é de que há burla ao sistema de Fair Play da Ligue 1 que proíbe contratações a clubes em crise financeira.
A tendência é por aprovação de uma regra para impedir esse tipo de brecha na próxima temporada. Até porque avalia-se entre os clubes que o regulamento está desatualizado para tratar das MCOs. Mas como funcionaria a nova regra?
Um clube do mesmo grupo - Eagle Footbal é dono do Botafogo e Lyon - não poderia fazer um empréstimo gratuito ao time francês. Uma das ideias é que seja usado um mecanismo da MLS que prevê um valor justo da operação. A MLS criou essa regra para impedir operações similares dentro do grupo City.
Por exemplo, Almada foi contratado por US$ 22 milhões por cinco anos. Portanto, cada ano de seu acordo vale US$ 4,4 milhões. Esse teria de ser o valor pago pelo Lyon ao Botafogo.
E como isso afetaria as operações de Textor com os dois clubes? Ora, o empresário já comprou jogadores para o time brasileiro com uma operação casada para ida posterior ao Lyon. Ali, poderia usar o atleta e revende-lo posteriormente com maior lucro por ser Europa.
A questão é que, se não puder repassar o jogador de graça, os jogadores contratados pelo Lyon terão de ser contabilizados como custo no balanço do clube francês. Portanto, perde-se a vantagem da contratação se dar pelo Botafogo.
Com o Lyon com transfer ban, Textor gastou entre R$ 370 milhões e R$ 500 milhões em transferências do Botafogo no início deste ano - a depender se for contabilizada a operação em curso de Wendel. Será que ele gastaria o mesmo se não puder repassar de graça os atletas para o Lyon? Outro clube que deve ser afetado é o Strassburg, que é do mesmo grupo do Chelsea, e recebe jogadores.
Na França, não há limite de investimento do dono no clube em contratações ao contrário de outros ligas. Mas o sócio majoritário tem que provar, por meio de garantias bancárias, que tem condições para fazer os pagamentos e cumprir as obrigações. É justamente esse o motivo de disputa entre Textor e o DNGC, órgão regulador francês, que ainda não se convenceu das contas do norte-americano.
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