Corinthians virou Dom Quixote: acredita ser herói em meio a derrotas
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Ao final da eliminação da Libertadores para o Barcelona de Guayaquil, o time do Corinthians foi aplaudido por seus torcedores. Não é incomum na história recente do time, já ocorreram exaltações a vices, a desclassificações por pouco ou a garantir vaga em uma fase prévia da Libertadores - esta mesma da qual a equipe caiu.
Estamos falando do time de terceira arrecadação no país, com a segunda maior torcida. Se olharmos um cenário europeu, equipes assim são cobradas para estarem frequentemente na Champions e disputarem seus títulos nacionais.
No entanto, o Corinthians teve sua última taça em 2019 no Paulista, e a conquista mais relevante recente foi o Brasileiro de 2017. São sete anos já.
O time é mais presente na Sul-Americana do que na Libertadores nos últimos anos. Para clubes deste patamar, Estaduais como o Paulistas não poderiam ser medidas de sucesso, ainda que o time seja campeão diante do Palmeiras. Ou pelo menos não deveriam.
Embora muito endividado, o clube está longe de ter um time barato. É provavelmente a terceira folha salarial do Brasil e tem em Memphis Depay o segundo jogador mais bem pago por aqui.
As cobranças do próprio ambiente corintiano, no entanto, são bem baixas. Ao contrário de equipes como Palmeiras e Flamengo, onde quedas geram crises, há o conformismo com o Paulista e com vitórias como a insuficiente sobre o Barcelona de Guayaquil. Triunfo, lembremos, que se seguiu a uma sapatada no Equador.
O colega Mauro Cezar Pereira já pontuou sobre como há sempre uma agenda positiva. E, mais preocupante para o clube, não é para abafar crises: o ambiente corintiano cada vez mais aceita esse discurso de derrotas de valor épico, óbvio que há exceções críticas em um universo tão grande.
É quase como um Don Quixote, famoso personagem de Miguel Cervantes. Sua autoimagem é de um herói que enfrenta adversários de relevo, se supera e perde por circunstâncias alheias a seus méritos. Quando a realidade é de um time que deveria ser poderoso e é derrotado por rivais de nível mais baixo.
Tal qual Quixote, o restante do mundo vê a realidade, meio tragicômica, enquanto o cavalheiro segue confiante de seus feitos.
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