Revenda do Cruzeiro atingiu R$ 482 milhões, e Ronaldo receberá até 2034
A revenda do Cruzeiro por Ronaldo para o empresário Pedro Lourenço atingiu R$ 482 milhões. Esse foi valor foi obtido com documentos da negociação e informação da própria SAF. É a primeira vez que se estabelece com precisão o montante da negociação.
Com esse total, o ex-jogador vai conseguir um lucro de R$ 410 milhões, já que investiu em torno de R$ 70 milhões em aportes no Cruzeiro.
Os pagamentos pela revenda da SAF serão feitos até 2034, em 10 parcelas. Faltam cerca de R$ 270 milhões a serem quitados. Com isso, Ronaldo, pré-candidato a presidente da CBF, é credor do dono de um dos clubes da Série A do Brasileiro neste montante.
Os termos da revenda foram acordados entre Ronaldo e a BWP, empresa que adquiriu a SAF. Quem explica alguns termos do negócio é um dos sócios da empresa, Waldir Rocha Pena, que é responsável pela parte jurídica e financeira.
"A aquisição de 90% da SAF Cruzeiro (22% iniciais acrescidos dos 68% quando da assunção total do controle acionário) deu-se pelo valor aproximado de R$ 482 milhões, restando um saldo a pagar de R$ 302 milhões em parcelas anuais a encerrar-se em 2034. O valor de avaliação bem como as condições de pagamento foram obtidas através de análise financeira e econômicas de vendedor e comprador à época da transação, onde ambas concordaram serem os valores e prazos adequados", contou Pena.
Antes, em 2022, Ronaldo tinha comprado 90% das ações do Cruzeiro com a obrigação de um aporte de R$ 50 milhões. E deveria gerar R$ 350 milhões em receitas incrementais dentro do próprio clube. Como atingiu essa meta, só investiu R$ 70 milhões, um extra foi para para pagar dívidas.
Em 2023, já iniciou a revenda do Cruzeiro. Primeiro, negociou um quinto das ações sob seu poder (22%) para Pedro Lourenço por R$ 70 milhões. Isso já cobria todos os seus custos.
Já a revenda definitiva da empresa cruzeirense se deu em 2024 pelos quase R$ 500 milhões.
Desse total, um montante de R$ 302 milhões ficaram para ser quitados por meio de parcelas anuais. Em contrato, está estabelecido que são parcelas anuais de R$ 27,4 milhões. Uma delas já foi paga em julho de 2024, data da venda.
A assessoria de Ronaldo comentou o modelo de negócio:
"O modelo de pagamento foi estabelecido em comum acordo entre as partes, considerando critérios financeiros e econômicos à época da negociação. As condições definidas foram entendidas como adequadas tanto em relação aos valores quanto aos prazos. A negociação seguiu todas as exigências legais aplicáveis, garantindo segurança às partes envolvidas. Não temos mais comentários sobre os detalhes do contrato".
O prazo para quitação do total é 2034. E há reajustes às parcelas previstos em contrato por meio da CDI. Ou seja, incidem juros da Selic no débito a ser quitado.
"Já em relação à indexação das parcelas é normal face ao prazo de liquidação para fins de preservar o valor econômico da operação. A referida negociação cumpriu todo o regramento legal necessário para segurança das partes envolvidas", contou Rocha Pena.
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