Flamengo questiona e quer mudar contrato com Globo do Brasileiro
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A diretoria do Flamengo começou a questionar de forma dura a Libra pelo contrato do Brasileiro com a Globo, de 2025 a 2029. A ofensiva tem a intenção de modificar pelo menos alguns pontos do acordo.
A administração do presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, classifica internamente como péssima para os clubes a negociação feita pela Libra por ter vários furos. A avaliação é de que a Liga Forte União se saiu melhor.
Bap foi um crítico desse acordo em comissões internas do Flamengo. Mas, no Conselho Deliberativo, preferiu não se posicionar contra o acordo e fez um discurso apaziguador. O contrato foi aprovado.
Há uma estimativa no Flamengo de que haverá uma perda entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões por ano, o que era sabido desde 2024.
Agora, a nova diretoria rubro-negra questiona dois pontos: 1) cláusulas mal redigidas, que não são claras e que são prejudiciais ao todos os clubes e ao Flamengo 2) os critérios de distribuição do dinheiro entre os clubes da Libra.
Quem estará a frente da nova ofensiva é Marcelo Campos Pinto, ex-diretor da Globo, contratado pelo Flamengo para atuar na questão de direitos de TV. Ele já esteve na Assembleia da Libra realizada nesta sexta-feira.
Entre os pontos do contrato, visto como falhos, está a redação das cláusulas do pay-per-view. As cláusulas são vistas como confusas e podem reduzir o ganho de receita líquida, que uma fatia vai para os clubes. Há estimativa de que os clubes possam ganhar R$ 200 milhões por ano com esse item.
Há uma previsão de 40% da receita líquida do ppv para os clubes da Libra. Só que isso estava condicionado a ter 20 clubes da Série A, mas não fica claro se os times têm que ser da Libra ou basta assinarem contrato de ppv, como foi o caso da Liga Forte União. A impressão é que sobra dinheiro para a Globo e falta para os clubes com a redação posta.
Outro ponto é o fato de o contrato não prever nenhum aumento de receita no caso de a Libra ter mais novos clubes que aderirem ao contrato do Brasileiro. Ou seja, se houver um crescimento do número de nove clubes na Libra na Série A, os times teriam de dividir o mesmo bolo, ganhando menos.
Os critérios de distribuição da Libra também são questionados. O modelo que dá 30% em audiência - que teoricamente favorece o Flamengo - pode não dar o resultado previsto visto que não se sabe quantos jogos a Globo vai transmitir do clube na TV Aberta. O clube ficaria na mão da emissora.
A visão dentro da nova diretoria do Flamengo é de que a Liga Forte União se saiu melhor na negociação do que a Libra.
Como o contrato já está assinado, o objetivo do clube é atacar as brechas e problemas do acordo para conseguir condições mais favoráveis no acordo. Membros do clube, no entanto, entendem haver enorme dificuldade para modificações porque o contrato está assinado.
Na apresentação do Conselho, em que a diretoria anterior defendeu o contrato, alegou-se que a Lei do Mandante reduziu o poder de negociação do Flamengo e o número de jogos negociados. Foi a própria diretoria rubro-negra quem articulou a Lei do Mandante no governo de Jair Bolsonaro.
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