Rodrigo Mattos

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ReportagemEsporte

Em meio à briga, França indica fiscalizar transações de Textor entre clubes

Uma entrevista do dono do Botafogo e a da Eagle Holdings, John Textor, rendeu atritos e polêmica na França: ele atacou tanto a Ligue 1 quando o PSG. Como contexto, seu time em solo francês está sob escrutínio do orgão regulador da liga (DNCG) por conta de problemas financeiros.

Os ataques tiveram respostas da Ligue 1 e do PSG. Na troca de alfinetadas, ficou claro que o organismo de controle de finanças francês começou a endurecer a fiscalização sob as operações de Textor dentro de sua rede de clubes, a Eagle, o que inclui transações entre Lyon e Botafogo.

Lembremos, a disputa começou quando o DNCG proibiu o Lyon de contratar na janela de transferências atual e instituiu um rebaixamento provisório ao clube na Ligue 1. Textor recorreu, mas perdeu. Aí atacou a liga na mídia chamando seu presidente de cachorrinho de colo do PSG.

O órgão francês respondeu em um longo comunicado. Pediu soluções concretas e com credibilidade para a crise financeira do Lyon, que tem uma dívida de 500 milhões de euros. O "L'Equipe" diz que serão necessários 175 milhões de euros para sanar o problema.

Mas, além disso, o DNCG deixou claro que analisa a regularidade das operações financeiras entre os clubes da Eagle. Como um exemplo, vende um jogador do Botafogo para cobrir um buraco do Lyon. Esse trecho trata do tema:

"Deixamos ao Sr. Textor total responsabilidade pelos comentários que fez sobre o financiamento de outros clubes (PSG). Salientamos, no entanto, que as contribuições de fundos soberanos não comunitários cumprem a legislação aplicável. Por outro lado, continuamos a aguardar as análises jurídicas independentes prometidas pelo Sr. Textor, destinadas a demonstrar o cumprimento, no que diz respeito ao direito das sociedades, ao direito fiscal e à regulamentação do futebol, do financiamento de um clube pelos lucros gerados pela venda de jogadores de outro clube pertencentes à mesma estrutura multiproprietária."

Há na França uma expectativa de que sejam criadas novas regras de Fair Play para regulamentar as operações de MCO (Muti-Club Ownership), segundo apurou o blog. O objetivo seria evitar que essa estrutura fosse usada para burlar regras de Fair Play.

O Lyon, por exemplo, acabou de registrar Almada como seu jogador em um empréstimo gratuito vindo do Botafogo. Ele foi comprado por US$ 22 milhões. Esse tipo de operação já vinha causando desconfiança nos outros clubes da França pela manobra para burlar o Fair Play financiero, como mostrou a reportagem.

Em meio ao atrito de Textor e da Ligue 1, fica claro que transações como essa estão sob o escrutínio dos órgãos francês. Resta saber como isso vai impactar os negócios futuros da holding do norte-americano.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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