Como novo diretor indica mudança na política de contratações do Flamengo
Com a eleição de Bap, o Flamengo já está fechado com José Boto para ser o diretor de futebol do clube. O dirigente português já atua na remontagem do departamento de futebol, que passará por uma mudança radical.
Até porque, apesar de ainda estar em um clube croata, Boto já trabalha informalmente para o Flamengo há 15 dias. Tanto que participa das negociações com João Paulo Sampaio, da base do Palmeiras, na tentativa de contratação para o clube rubro-negro.
O futuro presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Bap, eleito na segunda-feira, deu ao diretor de futebol a autonomia para gerir o departamento. Mas também deu diretrizes do que pretende como deixou claro durante a campanha. E isso pode sinalizar uma mudança na política de contratações do Flamengo.
Nos últimos anos, o clube tem procurado sempre jogadores consolidados, muitas vezes na Europa, para formar um elenco cascudo e pronto. É bem raro o Flamengo fazer apostas de jogadores em formação. Até por isso o clube gasta alto em atletas como De La Cruz, Alcaraz, Cebolinha, Luiz Araújo, entre outros.
A carreira de Boto como dirigente, no entanto, mostra um dirigente com direção diferente em seus dois principais trabalhos. Foi assim que ele contou em entrevista ao canal "Laboratório do Futebol", no Youtube. Suas passagens principais foram como chefe de scout no Benfica e como diretor de futebol do Shakhtar Donetsk.
Explicou que, por atuar em ligas periféricas da Europa, não conseguia contratar jogadores top. Referia-se, obviamente, a atletas da elite da Europa. Com o dinheiro disponível, só poderia contratar da segunda ou terceira prateleira.
Mas, em vez disso, buscava jogadores com potencial de ser top, no caso da Ucrânia, privilegiava o mercado brasileiro. E, depois, desenvolvia para torná-lo um jogador pronto para atuar no alto nível. Admitiu que era necessário tempo.
Para isso, era necessário encontrar os atletas cedo. Para Boto, a maioria dos clubes conhece os jogadores, aqueles jovens com potencial, a questão é quem está disposto a apostar naquele que atletas encontrado.
Durante a campanha, Bap elogiou o exemplo do Botafogo por ter encontrado atletas que não eram óbvios, em contratações menos caras. O clube alvinegro, lembre-se, também foi o que mais gastou na temporada. Bap via poucas necessidades no elenco, ajustes. E não terá muito dinheiro para gastar.
Até agora, a nova gestão do Flamengo ainda não tem noção exata dos números financeiros do clube. A informação dentro do grupo eleito é de que nomes especulados na imprensa, por enquanto, não são reais.
É certo que haverá restrições orçamentárias. O Flamengo tem previsão de ter R$ 3 milhões em caixa no início do ano, estima um total de 20 milhões de euros para o ano inteiro de contratações, e há consideráveis dívidas por contratações a serem pagas.
Só com posse dos números exatos a nova diretoria poderá ter certeza se vai ter de revisar esses números do orçamento feitos pela administração de Landim.
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