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Árbitro da Copa, Wilton vai pouco ao VAR e é acompanhado pela Fifa
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Escolhido como um dos dois brasileiros na Copa do Mundo do Qatar, o árbitro Wilton Pereira Sampaio ri quando perguntado se tem apitado menos faltas do que antes. Ele contou que continua a ser o mesmo tipo de juiz. Mas confirma, sim, que sua média de faltas assinaladas é baixa e que foi poucas vezes consultar o VAR neste ano.
De uma certa forma, Wilton é um exemplo do que a atual comissão de arbitragem quer para o apito nacional. Esteve seguro em jogos difíceis, como Flamengo x Altético-MG e Flamengo x Palmeiras, na temporada. Não por acaso, o presidente da comissão, Wilson Seneme, escolheu para o Mundial ele e Raphael Claus, que também gosta de deixar o jogo correr e ir menos ao VAR.
Ao blog, Wilton conta que trabalha na maior parte das vezes com o mesmo VAR e, por isso, há uma integração de forma que sabe o que avisa-lo. Mas garante que não ignora recomendações. Também ressalta que o número de cartões, faltas, depende mais da característica do jogo do que do juiz.
Neste primeiro semestre, o árbitro tem sido monitorado pela Fifa em seus índices físicos e técnicos. Será seu primeiro Mundial como árbitro de campo, após ter atuado como VAR na Rússia.
Blog: Como tem sido a nova gestão do Seneme? Quais os efeitos desses treinamentos que ele tem feito no campo?
Wilton Pereira: É um processo de mudança. Conheço o Seneme há muito tempo. Tem um método, um lógica. Esse treinamento facilita a integração, o entendimento do que a CBF quer do árbitro. Dentro das federações, conseguimos fazer treinos também. Há uma inter-temporada, faço treinos com os outros árbitros. O árbitro sempre está treinando a parte física, teórica. Agora tem essa oportunidade da parte prática, no campo.
Blog: Você consegue treinar no seu Estado nos períodos sem jogos?
Wilton: Repito treinos durante a semana, o importante é a repetição. Fico antenado também sobre os times que vão jogar, suas características, o ambiente. Uma reunião (de árbitros) é um treino diferente. Podemos trocar experiências, um pode falar um ângulo que facilita o outro para ver o lance.
Blog: Sua forma de apitar mudou a partir da posse de Seneme? A impressão é de que você passou a apitar menos faltas e ter menos intervenção do VAR?
Wilton: Cada árbitro tem uma característica, mas o jogo também muda sua forma de apitar. A competição também tem um jogo diferente. É que tenho um número baixo de revisões de VAR, foram duas em 20 jogos, e um número baixo de faltas. É o jogo que leva a essa condução do árbitro. Há jogos em que se exige que seja mais firme. E,m às vezes, o jogador entende o seu critério e dá para deixar o jogo correr mais um pouco. Mas falta é falta, tem que marcar.
Blog: Então você não entende que passou a marcar menos falta?
Wilton: No total da experiência como árbitro você vai mudando. Faz uma análise da temporada inteira, a assessoria te passa os dados, te dá a média das faltas. Leio os relatórios da CBF também para ver os pontos da atuação.
Blog: Qual sua expectativa para a Copa do Mundo? Vai ser diferente o padrão de como se apita no Brasil?
WIlton: Segue a linha da Fifa. Estive como VAR na Rússia. Participei 100% de todo o período de treinamento. A Fifa já realizou um seminário no Paraguai e acompanha online nossas atuações. Uso um medidor físico com dados que chegam para o instrutor físico da Fifa. Ele me dá orientações. E eles veem os meus jogos aqui online, então, me acompanham.
Blog: O árbitro atua diferente em jogos do Brasileiro, Libertadores e Copa do Mundo? São pedidos padrões diferentes pelas comissões de arbitragem?
Wilton: É universal a questão da regra, o que pode muda é característica do jogo. Tem que entender e ler o jogo. Jogo mata-mata é diferente para estabelecer o padrão de arbitragem, entender quando dar cartão, o posicionamento do árbitro. A linguagem sobre a regra é universal. Mas cada jogo é diferente.
Blog: Você citou que é um árbitro que foi pouco ao VAR. Você ignora o VAR quando entende que sua decisão é correta no campo?
Wilton: Se o VAR entender que eu tenho que ir, se recomendar, o árbitro tem que analisar sempre. Trabalho sempre com o mesmo VAR, então, temos essa sintonia do que ele entende o que deve chamar. Temos que trabalhar da melhor forma essa integração. Se ele me chama, sabe o que eu quero ver e já me mostra. A CBF também tem seu quadro de VAR fixo.
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