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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Galo tem redução de R$ 72 mi em premiações e contas ficam apertadas

Rubens perdeu pênalti para o Atlético-MG no duelo contra o Palmeiras, válido pela Libertadores - Amanda Perobelli/Reuters
Rubens perdeu pênalti para o Atlético-MG no duelo contra o Palmeiras, válido pela Libertadores Imagem: Amanda Perobelli/Reuters

12/08/2022 04h00

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O Atlético-MG terá uma redução de pelo menos R$ 72 milhões em premiações em 2022 em relação à temporada passada após ser eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores. Não está claro se o clube conseguirá cumprir sua previsão orçamentária para prêmios e bilheteria na temporada por causa das quedas.

No ano passado, o Galo conseguiu a maior receita da sua história com R$ 505 milhões em receita operacional. Esse valor foi fortemente impulsionado pelas receitas de direitos de transmissão e premiação, com um total de R$ 279,3 milhões, sendo que cerca de R$ 39 milhões eram referentes ao ano anterior (2020). Desse total, metade foi obtido com as classificações por fase.

Mesmo assim, o clube teve que fazer empréstimos bancários para bancar o seu time na temporada de 2021. Tanto que a dívida líquida saltou para R$ 1,3 bilhão, com uma queda no início de 2022 por causa de renegociações tributários.

Neste ano, em seu orçamento, o Atlético-MG estimou que receberá R$ 163,7 milhões com direitos de transmissão, imagem e premiação, o que inclui as cotas de TV fixas e por passagem de fase. É a maior receita prevista dentro das contas do clube mineiro. O total estimado é de R$ 447,2 milhões.

Pois bem, o Atlético-MG acumulou R$ 28 milhões em receitas com premiação até agora, o que inclui o dinheiro da Supercopa, que não existiu em 2021. Assim, com as quedas nas oitavas da Copa do Brasil e nas quartas da Libertadores, o Atlético-MG terá uma redução de pelo menos R$ 72 milhões da receita do ano passado. Foram R$ 66,8 milhões da Copa do Brasil, e outros R$ 10,3 milhões da Libertadores. Explica-se: é o valor correspondente às quartas, semis e finais da Copa do Brasil, e das semifinais da Libertadores. É preciso descontar a cota da Supercopa.

A premiação do título brasileiro do ano passado foi de R$ 40 milhões. Neste caso, o clube também está longe da taça. A diferença entre o 1º e o 7º, posição atual atleticana, é em torno de R$ 12 milhões. Cada colocação rende R$ 2 milhões a mais.

O orçamento do Galo não descreve quais as metas esportivas do clube para esta temporada. A informação já publicada no UOL é de que o orçamento detalhava que "Como premissa de desempenho esportivo foi adotado um cenário conservador."

Obviamente, nenhum time estima ser campeão de um torneio como a Copa do Brasil. Mas havia grande dependência de premiações e vendas de jogadores, já que as receitas recorrentes (direitos, patrocínio) do clube são inferiores a rivais na elite no Brasil. E o orçamento já era apertado com custo do futebol praticamente igual a toda a receita.

Outra linha do orçamento do Galo que será prejudicada é a bilheteria. Pela estimativa, o clube arrecadaria R$ 53 milhões com este item na temporada. No ano passado, o clube ganhou R$ 42,8 milhões. Só pode contar com público no final da temporada, mas teve mais jogos decisivos com rendas extraordinárias.

Assim, o Atlético-MG deve ficar mais dependente da venda de jogadores, que já era estimada em R$ 140 milhões. Até para evitar um novo crescimento de dívida em um momento em que o clube já se prepara para virar SAF e receber investidores. Certo é que, neste ano, a premissa de investir que gera receita não se confirmou.