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Por que janela de transferências não tira mais protagonistas do Brasileiro
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A janela de transferências do meio do ano costumava dizimar e mudar os rumos do Brasileiro. É o principal período de contratações dos times do exterior e os clubes precisavam vender atletas. Mas, em 2022, os danos para os principais elencos será reduzido, até com mais ganhos de jogadores do exterior.
A explicação para esse novo quadro é a mudança da política de contratações dos times europeus nos últimos anos. Primeiro, interessam-se por jogadores mais jovens que ainda não são os protagonistas nos seus times. Segundo, o jogador brasileiro tem perdido valor nos últimos anos. Terceiro, os times brasileiros têm ganhado com cláusulas de revenda.
A alteração no mercado de transferência pode ser constatava pelas saídas com valores mais altos no meio do ano: Savinho, do Atlético-MG, João Victor, do Corinthians, e Luiz Henrique, do Fluminense. Já o Palmeiras ficará com R$ 20 milhões da revenda de Gabriel Jesus, do City para o Arsenal, assim como o Corinthians vai lucrar com o repasse de Ederson da Salaternita para a Atalanta.
Explica-se: as negociações maiores foram de atletas abaixo de 23 anos. O relatório da Fifa sobre 2021 aponta que o total gasto com jogadores entre 18 e 23 anos foi de US$ 2,8 bilhões. Em comparação, o gasto com atletas mais maduros e prontos foi de US$ 1,8 bilhão.
Das dez maiores negociações do ano passado, sete foram de atletas abaixo de 23 anos. Desses, dois jogadores tinham 20 anos ou menos. As exceções foram Lukaku, Diallo e e Varane, todos acima de 25 anos.
Os elencos dos principais times brasileiros têm como protagonistas jogadores na idade mais avançada ou veteranos. São os casos de Gabigol, Everton, Bruno Henrique e Arrascaeta no Flamengo. O mesmo ocorre no Galo, com Hulk, Nacho, Zaracho e Arana, todos acima de 23 anos. E no Palmeiras os destaques são Gustavo Gómez, Raphael Veiga, Weverton, Dudu e Danilo, este é o único abaixo de 23 anos.
Outros times como Corinthians e Fluminense têm mais jovens da base em suas equipes principais, por isso, são propensos à perda no início do ano.
Além disso, o brasileiro deixou de ser o jogador em que mais se gasta no mundo desde o ano passado. Agora, a França ocupa esse lugar.
Por fim, a partir de anos recentes, os clubes têm feito cláusulas de sell on, isto é, para uma revenda. São operações comuns especialmente em atletas mais jovens. Então, o Palmeiras ganha com Jesus, o Grêmio com Everton Cebolinha e o Corinthians com Ederson. Mesmo que o percentual não seja grande, as negociações entre clubes europeus são maiores, então, geram receita grande mesmo com fatias pequenas.
Sempre se discutiu mudar a janela de transferência ou o Brasileiro para evitar que os times se desfigurassem durante o campeonato. Nunca foi tomada uma medida. Mas, no final das contas, o mercado que naturalmente mudou essa realidade.
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