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Liga tem disputa de poder de grupo de dez clubes com Flamengo e paulistas
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Dez clubes da Série A anunciaram a formação de um grupo para negociar coletivamente seus direitos do Brasileiro-2025. Antes, os cinco times paulistas e o Flamengo assinaram um acordo com a empresa Codajas Sports Kapital para formatar a Liga. Os dois movimentos fazem parte de uma disputa de poder e pela divisão de dinheiro dentro da Liga.
Com adesão de 40 times, das Séries A e B, a Liga de clubes foi anunciada no meio de 2021 para organizar o Brasileiro. Depois disso, houve uma discussão dura em uma reunião - entre Guilherme Bellintani, do Bahia, e Mario Celso Petraglia, do Athletico, - que esfriou a união. Mas propostas financeiras para comprar os direitos futuros da Série A esquentaram novamente a organização.
Em fevereiro de 2021, a Codajas e a LiveMode/1190 apresentaram propostas para uma parceria com a Liga. Havia modelos diferentes. A Codajas queria formatar a estrutura da organização e fazia a promessa de captar dinheiro no mercado por meio do BTG. A LiveMode/1190 informou ter uma garantia de investimento de US$ 800 milhões por 20% da liga, embora sem apresentar o investidor.
Depois disso, os clubes debateram as propostas, mas não de forma organizada. A Liga tem funcionando de forma fragmentada com grupos de clubes que se reúnem e têm interesse em comum.
Neste cenário, a Codajas apresentou propostas para todos os clubes. Mas só alguns, de fato, marcaram reuniões presenciais, entre eles, os cinco clubes paulistas, Corinthians, Santos, Palmeiras, São Paulo e Red Bull Bragantino. O Flamengo também recebeu a mesma apresentação presencial. Os seis clubes assinaram um acordo não vinculante - sem obrigação estabelecer sociedade entre as partes - para formatar a liga. As outras agremiações ainda não avisaram datas para os encontros.
Pelo acordo, a Codajas tem seis meses para criar o estatuto e estabelecer a governança da Liga enquanto o BTG procura por investidores para comprar um percentual da Liga. Também faz parte da estrutura a EY, que atuaria como consultoria, e uma empresa de publicidade. Nesta fórmula, estará definido como funcionará o poder da Liga e da organização do Brasileiro, e também como será a divisão de dinheiro dos direitos. Os clubes podem desistir do acordo após três meses caso não estejam satisfeitos.
Entre os outros times, o Atlético-MG está próximo de aderir ao acordo. É provável a marcação de reuniões futuras com outros clubes das Séries A e B, como o Internacional e Botafogo. O Fluminense está reticente de aderir. A empresa também mantém diálogos com os times médios, que receberam a proposta inicial.
Os outros clubes dez clubes da Série A souberam do movimento do acordo assinado e se sentiram excluídos das decisões. Por isso, optaram por fundar o movimento Futebol Forte - seus integrantes são América-MG, Atlético-GO, Athletico, Avaí, Ceará, Coritiba, Cuiabá, Fortaleza, Goiás e Juventude. A intenção prioritária não é um racha na liga: é, sim, ter força na negociação dentro da organização.
Nos bastidores, os dirigentes deste grupo alegam que não ficou claro que os grandes visaram os interesses coletivos se assinaram documento sem avisa-los. O entendimento deles é de que, no momento, não há nenhuma liga de fato formada. Não há composição definida de poder, nem conversas on-line frequentes.
Essa tese é confirmada por um dirigente de clube que diz que as discussões se tornaram fragmentadas, com grupos menores e não todos os 20 times. Por isso, os dez clubes agora passam a ter um bloco. Há previsão, inclusive, de um encontro com a Codajas para ouvir a proposta deles para a Liga. Neste caso, a adesão só vai ocorrer se for em bloco.
A queda de braço entre o grupo "Forte Futebol" como Flamengo e paulistas tem um pano de fundo: a divisão futura de dinheiro do Brasileiro. Dentro dos dez clubes, boa parte defende uma divisão igualitária de recursos.
Entre os clubes grandes, a divisão igualitária é vista como inviável. Pelo menos dois cartolas de times que assinaram com a Codajas viram com desconfiança o movimento dos dez clubes. Primeiro, entendem que o movimento pode não prosperar.
Segundo, há a análise entre dirigentes desses times de que, se houver um racha na liga, poderiam negociar em separado com plataformas e manter a diferença de dinheiro atual, ou até com abismo maior por conta da Lei do Mandante.
Mas, no momento, não há conversa sobre o racha. Todas as fontes de clubes ouvidas disseram priorizar a formação da Liga com os 20 times da Série A. Essa realidade, no entanto, depende de uma resolução para a disputa de poder que se instaurou entre os clubes.
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