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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Por que regras tornam mais fácil Time B na Libertadores do que no Paulista

Crespo pode escalar reservas na Libertadores - GettyImages
Crespo pode escalar reservas na Libertadores Imagem: GettyImages

18/05/2021 04h00

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São Paulo e Palmeiras estudam formações reservas ou alternativas para serem utilizadas em seus jogos na Libertadores. Assim, poderiam ter seu time principal minimamente descansado para as finais do Paulista. As regras das duas competições facilitam as escalações de equipes reservas na competição sul-americana em relação ao Estadual.

Em sua estratégia, o Palmeiras usou titulares na Libertadores e reservas ou juniores em boa parte do Paulista. O São Paulo fez o contrário: priorizou o Estadual e já colocou um time alternativo diante do Rentistas, na semana passada.

Agora, os dois clubes se voltam para o Estadual. Com o primeiro lugar garantido no seu grupo na Libertadores, o Palmeiras deve escalar reservas diante do Desensa Y Justicia. Já o São Paulo, que disputa o primeiro lugar do grupo contra o Racing, também deve adotar essa estratégia. Ambos tiveram jogos com menos de 48 horas de intervalo no Paulista.

A Libertadores é atualmente bem mais flexível na escalação de jogadores pouco utilizados do que o Paulista. Isso ocorreu devido às mudanças no regulamento por conta da pandemia de coronavírus. Antes da crise mundial de saúde, a competição tinha um limite de 30 jogadores inscritos para serem utilizados. Isso foi aumentado para 40 e depois 50 atletas com medo que surtos impedissem a realização de partidas.

Tanto Palmeiras quanto São Paulo inscreveram o número máximo de 50 jogadores na lista da Libertadores. O time são-paulino, por exemplo, já usou jogadores na Libertadores que provavelmente não estariam em uma relação com 30 atletas, como Talles Cunha e Welington.

Não existe vedação para o uso de reservas como ocorre em alguns regulamentos em campeonatos pelo mundo. A Conmebol entende que esse tipo de restrição seria inócua já que é subjetivo determinar qual é o time principal.

A Champions, que já adotou esse tipo de medida, agora opta pela restrição de grupos. No caso, só há inscrições de 25 jogadores. Além disso, a competição permite uma lista B com atletas comprovante da base do time, isto é, que tenham jogado por dois anos no clube.

É uma estratégia similar à que foi adotada pelo Paulista. O campeonato tem uma lista restrita de inscritos de 26 jogadores. Não é possível utilizar atletas com menos de 16 anos ou que tenham mais de 20 anos sem contrato profissional. Mas há uma exceção: uma lista B composta por jogadores da base, entre 16 e 20 anos, que pode ser utilizada com restrições.

Pelo regulamento, é possível escalar sete desses atletas ao mesmo tempo no campo - um aumento em relação ao ano passado. O técnico Abel Ferreira falou, durante a fase de preparação, até em escalar um time sub-17 se necessário. Diante do Santo André, utilizou praticamente só atletas da base, mas havia jogadores como Viña, Scarpa e Jaílson em campo que garantiam o preenchimento da cota. O time ganhou e acabou se classificando.

A FPF (Federação Paulista de Futebol) foi buscar inspiração nos regulamentos da Champions e da La Liga para suas regras. Desta forma, dá uma certa flexibilidade aos clubes ao mesmo tempo que impede uma escalação apenas de juniores ou jogadores pouco aproveitados.