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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Plano da Conmebol é vacinar seleções e times da Libertadores e da Série A

Neymar estava ligado na Supercopa do Brasil - GettyImages
Neymar estava ligado na Supercopa do Brasil Imagem: GettyImages

13/04/2021 11h17

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Os jogadores da seleção brasileira e de outras equipes terão vacinas à disposição para a disputa da Copa América. Um lote de 50 mil vacinas da CoronaVac foi obtido pela Conmebol por meio de doações da farmacêutica chinesa Sinovac. Serão usadas com pessoal das delegações da Copa América e dos principais torneios de futebol da entidade, o que provavelmente incluirá equipes da Libertadores. Uma informação recebida por dirigentes de federações é de que equipes do Brasileiro da Série A também devem entrar na lista. Há, no entanto, proibição no momento para aplicação de forma privada no Brasil.

As vacinas foram doações feitas pela Sinovac em negociação feita pelo governo do Uruguai e são capazes de imunizar 25 mil pessoas já que a CoronaVac exige duas doses. A negociação foi tocada pelo governo do Uruguai pois as companhias farmacêuticas não têm vendido para empresas privadas.

A questão é que a CBF sabe que, no momento, não é permitido vacinar de forma privada no Brasil. Há uma lei já aprovada na Câmara sobre vacinação privada, mas esta ainda não passou pelo Senado. O Chefe da comissão médica da CBF, Jorge Pagura, informou que, portanto, entende que a vacinação privada não é permitida no país na atual conjuntura. Ele defende que isso ocorra no futuro para ajudar a imunizar a população.

Pelo plano da Conmebol, os jogadores das seleções da Copa América seriam vacinados antes das populações de seus países nas suas faixas etárias. O mesmo ocorreria com atletas de times da Libertadores e do Brasileiro.

O texto da Conmebol afirma: "A imunização estará focada nas equipes principais do futebol profissional sul-americano dos torneios da primeira categoria, masculinos e femininos." Questionada, a entidade indicou que, sim, isso iria incluir competições como a Libertadores. São 32 times na competição e a confederação sul-americana tem enfrentado problemas com barreiras sanitárias para realizar os jogos. É possível que a Sul-Americana entre também na lista.

Além disso, uma primeira informação dada à CBF é de que haverá vacinas também para times da primeira divisão dos campeonatos nacionais sul-americanos. A confederação ainda não tem uma posição sobre o assunto. A Federação Equatorina até publicou uma nota em que diz que a imunização será focada em elencos profissionais de primeira categoria dos países no masculino e feminino.

Mas a CBF está consciente da limitação de vacinação privada no território nacional. Por isso, vê o plano com calma: não sabe nem quando poderiam chegar as vacinas. E só acha possível ir adiante se houver a nova lei.

A Conmebol diz que a vacinação respeitará protocolos de cada país, mas ressaltou que não haverá problemas porque as doses foram obtidas fora dos programas de imunização dos países. O Brasil, atualmente, proíbe vacinação fora do plano nacional, mas não há menção a produtos obtidos fora do país. Ainda não está claro onde será feita essa vacinação.

Há uma grande preocupação da entidade para viabilizar a Copa América que já foi adiada do ano passado. Está prevista a presença de público nos estádios com limitação. Ao site da Conmebol, o presidente da entidade, Alejandro Dominguez, afirmou: "É a melhor notícia que podia ser recebida para a família do futebol sul-americano, para a qual devemos nossos maiores esforços na Conmebol. É um passo adiante enorme para vencer a pandemia da covid19, mas não significa de nenhum modo que vamos baixar a guarda. Manteremos nosso trabalho responsável, o que nos permitiu concluir nossos torneios sem contratempos e sem alterar os formatos."

No Brasil, a CBF também já anunciou intenção de comprar vacinas de forma privada se for aprovado por lei. Mas ainda não há perspectiva de as empresas privadas terem acesso imediato a vacinas.