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Rodrigo Mattos

CBF põe atletas com sintoma de Covid e lesionados em lista para manter jogo

Com apenas 12 jogadores, São Bento conseguiu empatar com o Criciúma  - Reprodução
Com apenas 12 jogadores, São Bento conseguiu empatar com o Criciúma Imagem: Reprodução

28/10/2020 04h00

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A CBF incluiu jogadores com sintomas de Covid, lesionados e suspensos em uma lista do São Bento para garantir o mínimo de jogadores para realizar partida do Brasileiro da Série C. O time paulista só teve 12 atletas para o jogo, sendo um machucado, para enfrentar o Criciúma, nesta segunda-feira. O mínimo previsto na diretriz da CBF para Covid é de 13 atletas, mas a entidade considera também jogadores que não estão aptos em critério para adiar ou não o confronto.

O São Bento foi mais um clube do Brasileiro atingido por surto de Covid. No domingo à noite, constatou que só tinha 10 jogadores disponíveis para jogar. Dos seus 38 inscritos no Brasileiro da Série C, seis tinham deixado o clube, 15 tinham exames positivos de Covid, dois tinham sintomas de coronavírus embora com testes negativos, quatro estavam lesionados e um suspenso.

Com isso, o clube pediu o adiamento do jogo que ocorreria no dia seguinte diante do Criciúma.

"Na segunda-feira, às 13h, a CBF me respondeu ofício falando que a gente tinha 17 atletas com exames negativos e que ia ter. Considera os quatro jogadores no DM (Departamento Médico), o suspenso", contou o presidente do São Bento, Almir Laurindo.

"Liguei na CBF e expliquei: são 17, um está suspenso e outros quatro machucados e não treinaram. Como vou botar para jogar eles machucados? Eles alegaram que os jogadores do DM contam como negativos. Disseram também que poderia inscrever jogador da base."

O clube incluiu um jogador que tinha uma lesão e não treinara, e um jogador da base inscrito às pressas para completar os 12 para atuar diante do Criciúma. Mas teve que fazer isso em um período de cinco horas após o ofício da confederação.

A CBF defendeu sua posição para manter o jogo: "Havia os 13 negativos de covid, além do que havia espaço para novas inscrições e jogadores em condições de serem inscritos, pois estavam no BID."

A alegação da CBF é de que o São Bento tem 54 jogadores inscritos no BID e portanto podia botar os atletas da base para substituir outros da sua lista de 40 na Série C. O clube diz ter 12 atletas de base além dos outros 32 iniciais.

A regra da CBF sobre número mínimo de jogadores para realização de jogo foi elaborada no meio do Brasileiro, às vésperas da partida Palmeiras x Flamengo. Naquele jogo, o clube rubro-negro teve um surto de Covid e alegava que não teria atletas suficientes para jogar: pediu adiamento. Uma reunião de clubes aprovou a regra que estabelecia o mínimo de 13 atletas para poder fazer o jogo. A CBF não adiou a partida e foi até o TST (Tribunal Superior do Trabalho) para garantir sua realização.

Na redação da diretriz, a CBF não tratou se o número mínimo se referia a jogadores disponíveis e aptos, e sim que bastava que houvesse 13 com testes negativos de Covid. O item 2 da diretriz da CBF de outubro diz: "As partidas seguirão sua programação normal caso os clubes tenham no plantel de inscritos para a competição ao menos 13 (treze) atletas com exames negativados para a COVID19."

Além da questão de incluir lesionados na contagem, o São Bento ainda discute o fato de o texto só tratar dos jogadores que já estavam inscritos no Brasileiro. "A diretriz não explica bem. Tem que ter 13 jogadores negativados inscritos no campeonato é o que diz. Em nenhum momento fala que tem que completar com novas inscrições. Entendem como querem entender. Quem escreveu o negócio pode ter querido dizer isso só que isso não foi escrito", afirmou Almir Laurindo, que afirma que jurídico do clube paulista entendeu que o regulamento não tratava de novos inscritos.

Ao final, a súmula registra apenas 12 jogadores do São Bento na partida, sendo que dois goleiros. Um deles entrou no segundo tempo na linha em substituição.