Topo

Rodrigo Mattos

Fortaleza estuda romper contrato de TV fechada do Brasileiro com a Turner

10/03/2020 13h07

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A diretoria do Fortaleza analisa a possibilidade de ir à Justiça e romper de forma unilateral o contrato de direitos de televisão com a Turner. Isso será discutido em uma reunião com o Conselho Deliberativo na noite desta terça-feira. A alegação do clube é de que seu acordo é prejudicial ao clube por ter remuneração menor do que os outros clubes que têm compromisso com a emissora.

A disputa entre Fortaleza e Turner se iniciou com um pedido de renegociação do clube por argumentar que ganhava R$ 12 milhões a menos do que os outros sete times da Série A da Turner. Não houve acordo. Assim, o clube já recorrer ao CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico).

"Haverá uma reunião da Conselho Deliberativo. A gente está analisando quais as possibilidades que se permite, de um reajuste, de um rompimento, É um contrato ruim, que nos causa desequilíbrio competitivo. Não podemos ficar quieto e achar que podemos competir com R$ 12 milhões a menos", afirmou o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz.

O dirigente se decidiu por uma reunião no Conselho para dividir a decisão sobre o contrato por ser relevante do ponto de vista financeiro para o clube. A reunião vai tratar do assunto, mas não necessariamente vai ter uma decisão final. É possível que apenas deixe encaminhada uma estratégia.

Paz também defende que, no processo no Cade, sejam abertos os contratos da Turner com os outros clubes para que se verifique a desigualdade dos valores. Há ainda a possibilidade de o conselho discutir a questão da negociação individual ou coletiva de contratos de televisão.

"Processo que já temos no Cade tem o seu curso normal. A outra novidade é que agora o Conselho e a diretoria do Fortaleza analisa, a possibilidade de rescindir o contrato de forma unilateral", disse o advogado do clube, Eduardo Carlezzo. "O Cade tem interesse em analisar negociações individuais e se o correto não seria a coletiva. Há uma possibilidade de discutir e a situação pode mudar."

O Cade, no entanto, já analisou a concorrência pelos direitos de televisão do Brasileiro-2019 por acusações de que havia regras que feriam a concorrência. Pelo menos neste inquérito, que acabou sem acusação, não foi questionado o fato de os contratos serem individuais com cada clube.

Questionada, a Turner informou que não comenta contrato, mas defendeu seu modelo e que trata de forma igualitária todos os clubes:

"Por respeito aos clubes e a própria clausula de confidencialidade, a Turner não comenta sobre nenhum contrato. No entanto, vale reforçar que nós sempre cumprimos integralmente os contratos firmados com todos os clubes.É com orgulho que tratamos todos os times e fãs de maneira igualitária, o que nos proporciona há muito tempo um enorme reconhecimento dos torcedores no Brasil, por isso somos líderes no engajamento com todas as torcidas. Temos como objetivo ser uma variável cada vez mais importante na melhoria no futebol brasileiro, não apenas gerando mais concorrência, mas trazendo mais investimento e negócios para todo ecossistema. Por conta disso, buscamos a mesma contrapartida por parte dos clubes no cumprimento de seus contratos.
O Esporte Interativo e a Turner acreditaram no Fortaleza e investiram forte no time quando ele se encontrava há muitos anos na Série C, e nos deixa muito contentes saber que nossa ajuda fora determinante ao regresso deste time à primeira divisão do futebol brasileiro."